Aparentemente, os protestos, organizados por grupos de jovens e apoiados pelo movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, foram contra o tratamento de prisioneiros palestinos em prisões israelenses e visitas de grupos judeus ao complexo da mesquita de Al Aqsa, um local sagrado para muçulmanos e judeus, que o conhecem como o Monte do Templo.
"Os protestos são por causa de dinheiro", disse a autoridade israelense, falando sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto. "O que estamos vendo na cerca [da fronteira] é uma mensagem. Eles estão pedindo ajuda financeira."
Cerca de 2,3 milhões de pessoas vivem na estreita faixa costeira, onde a renda per capita é cerca de um quarto do nível da Cisjordânia ocupada por Israel e onde mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Fontes próximas à mediação disseram que, embora algumas das exigências do Hamas sejam políticas, o relaxamento das sanções econômicas contra Gaza é fundamental para, pelo menos, manter a calma ao longo da fronteira.
As fontes esperam de Israel – que juntamente com o Egito mantém um bloqueio rígido à Faixa de Gaza e ajudou a paralisar a economia –, anuncie mais flexibilizações nos próximos dias, incluindo centenas de outras permissões para trabalhar em Israel.
Desde 2021, quando travou uma guerra de 10 dias com o Hamas, Israel flexibilizou algumas restrições a Gaza, oferecendo milhares de permissões de trabalho, bem como medidas para facilitar as exportações e melhorar seus serviços públicos dilapidados após anos de subinvestimento.
Um relatório recente do FMI afirmou que, para qualquer recuperação econômica estável e de longo prazo em Gaza, "o levantamento do bloqueio e a flexibilização das restrições impostas por Israel são essenciais".
Com taxa oficial de desemprego em Gaza de mais de 46%, o próprio Hamas tem enfrentado um descontentamento crescente em relação à sua gestão econômica, embora, por sua vez, o movimento culpe o bloqueio israelense pelos problemas econômicos no enclave.
"Se houver uma explosão, que seja contra o partido que criou essas condições, que é a ocupação [israelense]", disse Bassem Naim, autoridade graduada do Hamas.
Ciente do potencial de agravamento da instabilidade em Gaza, Israel emitiu mais de 18 mil permissões de trabalho para os palestinos de lá, o que permitiu que os trabalhadores trouxessem cerca de US$ 2 milhões por dia e ofereceu outras formas de alívio econômico.
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