Shutterstock Solidariedade, empatia, vontade de cooperar e o desapego. São esses os valores que a campanha Bear Hug 2023 busca incentivar nos alunos da escola Canadense Maple Bear em Goiânia. “Essa é uma oportunidade para cultivarmos junto às nossas crianças e toda a comunidade escolar esses valores humanos, como cuidado, compaixão, generosidade, partilha, que são meios para a construção de uma cultura de paz”, explica Cida Corrêa, psicóloga e diretora geral da unidade de ensino.
Ao longo do último mês de setembro, as quatro unidades da escola em Goiânia receberam doações de brinquedos, roupas e calçados. Os itens novos ou usados (em boas condições) serão entregues a instituições que educam e cuidam de crianças e adolescentes carentes. Entre as instituições que serão beneficiadas estão o Grupo Mãos Dadas e Caminhos do Bem, com unidades em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Promovida anualmente desde 2011, a campanha solidária Bear Hug 2023 visa alegrar o 12 de Outubro de muitas crianças carentes.
Para Cida Corrêa a comunidade escolar tem um papel importante na promoção desses valores humanos e sociais junto aos pequenos. “A solidariedade, por exemplo, tem uma função pedagógica na infância, pois a criança entende isso como aprendizagem para a vida. Por isso a importância de envolvê-las desde cedo”, destaca a educadora. Segundo a psicóloga, a criança, diferentemente do adulto, não busca tanto seu próprio bem-estar no ato de solidariedade, mas muito mais a prática da empatia, a interatividade “Além disso, também é uma forma de estimular o desapego, um ato importante e que integra a consciência ambiental, tão fundamental nos dias de hoje”, completa a diretora.
Desde cedo A família, junto com a escola, cumprem esse trabalho de consolidar na criança a prática da da partilha. Para a engenheira agrônoma Roberta Macedo Mayer, mãe de Fernando, de 10 anos, e Rafael, de 13, ambos alunos da Maple Bear Goiânia, a participação em campanhas de solidariedade, além de ensinar esse valor tão importante, coloca as crianças e adolescentes em contatos com outras realidades sociais. “Estimulo a participação dos meus filhos, pois desde sempre é preciso que eles entendam que existem diferentes realidades e que se podemos ajudar, devemos contribuir", conta a engenheira. “Assim contribuímos para que os nossos filhos se tornem adultos capazes de contribuir com a sua comunidade”, reforça.
Os filhos da Roberta desde pequenos sempre ajudaram na seleção dos brinquedos deles para doar, os usados ou novos, que eles ajudam a escolher também. “Eles gostam de opinar sobre o que eles acham que as crianças mais gostam de acordo com a idade, assim compro os que mais agradam, sem medo de errar”, conta.
Segundo a Roberta, este ano os seus filhos também tiveram como missão incentivar os coleguinhas a contribuírem também, e tal mobilização deu resultado. Ela conseguiu reunir mais de 15 mães do 8º ano, que fizeram uma “vaquinha” e o valor arrecadado foi revertido totalmente para compra de brinquedos novos. “Foram bolas, jogos, bonecas e até mochilas que compramos especialmente para o grupo de crianças das instituições que irão receber”, afirma.
O caçula de Roberta, Fernando, conta que gosta de participar da campanha, pois entende a importância de compartilhar os brinquedos que não usa com quem precisa. “Toda criança tem direito de se divertir”, afirma o garoto. O mais velho Rafael, de 13 anos, também é um adepto da solidariedade desde cedo e destaca que “compartilhando o que temos, podemos ajudar ao próximo”.
Outra mãe que faz questão de mostrar desde cedo aos filhos o que é partilhar é a servidora pública Tania Naves Moraes. “Ano passado, como meu filho ainda tinha três anos, eu e o pai separamos os brinquedos para doação. Neste ano o Miguel já entende e participou ativamente. Ele mesmo fez a separação dos brinquedos que não usava mais para doar”, revela.