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16/10/2023 às 15h15min - Atualizada em 17/10/2023 às 00h00min

Ficção ambientada na ditadura é um dos vencedores do Festival do Rio

Evento reuniu mais de duzentas obras nacionais e internacionais de 5 a 15 de outubro. Filme premiado retrata um episódio emblemático da resistência estudantil ao regime militar no Brasil.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-10/ficcao-ambientada-na-ditadura-e-um-dos-vencedores-do-festival-do-rio




O longa de ficção A Batalha da Rua Maria Antônia é o vencedor na categoria filme de ficção da 25ª edição do Festival do Rio, um dos principais eventos de cinema do país, que reuniu mais de 200 obras nacionais e internacionais de 5 a 15 de outubro. O filme premiado retrata um episódio emblemático da resistência estudantil ao regime militar no Brasil.  



A cerimônia de premiação foi na noite de domingo (15), no Cine Odeon, um dos mais tradicionais do Rio. Roteirizado e dirigido por Vera Egito, A Batalha da Rua Maria Antônia é composto por 21 planos-sequência, ou seja, tomadas contínuas - sem intervenções de edição - em uma tentativa de situar o espectador dentro da ação. 



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Apesar de ser ficção, o filme se baseia em eventos reais que aconteceram durante a ditadura militar, em outubro de 1968. No cenário, estudantes que ocupavam o prédio da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) enfrentaram os ataques do Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar de extrema-direita, que estava no outro lado da rua.  



“A luta por igualdade social, justiça e democracia não tem fim, e ela não é sobre ganhar ou perder, é sobre permanecer de pé, é sobre ter certeza de que vale a pena lutar, ganhando ou perdendo. É sobre saber que vale a pena se manter do lado certo da rua”, disse a diretora Vera Egito, por meio de uma mensagem enviada à cerimônia de premiação. 



O filme Pedágio se destacou por render o prêmio de melhor atriz para Maeve Jinkings e de melhor ator para Kauã Alvarenga.   



“Eu nunca imaginei ganhar este prêmio num dos maiores festivais do Rio de Janeiro e do Brasil. Este prêmio também é de todos os pretos e pretas que moram nas favelas, em periferias, e para a minha família, que fez de tudo para eu estar aqui”, declarou o ator, emocionado. 



"Tentamos fazer o festival mais diverso e plural possível para trazer o cinema que fale do que nos é caro e feliz, mas também traga reflexão sobre o país que queremos. O cinema é capaz, sim, de ser transformador”, afirmou a diretora do festival, Ilda Santiago. 



Em toda edição, o Festival do Rio homenageia uma  artista LGBTQIA+ com o Troféu Suzy Capó de Personalidade do Ano. Em 2023, o troféu foi compartilhado pela atriz Nanda Costa e pela compositora e percussionista Lan Lanh. Segundo os organizadores, o casal “vem se destacando nas artes pela qualidade de seu trabalho profissional”. 



Lista dos vencedores



Confira a lista completa de vencedores da 25ª edição do Festival do Rio. 



Première Brasil 



Melhor Curta: Cabana, de Adriana de Faria. Produção: Adriana de Faria e Tayana Pinheiro 



Melhor Documentário: Othelo, o Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos. Produção Franco Filmes 



Melhor Direção de Documentário: Daniel Gonçalves, por Assexybilidade. Produção: TvZero 



Menção honrosa para Black Rio! Black Power!, de Emílio Domingos. Produção: Espiral 



Melhor Atriz: Maeve Jinkings, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria, e Grace Passô, por O Dia que te conheci. Produção: Filmes de Plástico 



Melhor Ator: Kauã Alvarenga, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 



Melhor Atriz Coadjuvante: Aline Marta Maia, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 



Melhor Ator Coadjuvante: Carlos Francisco, por Estranho Caminho. Produção: Tardo Filmes 



Melhor Fotografia: Evgenia Alexandrova, por Sem Coração. Produção: Cinemascópio Filmes 



Melhor Direção de Arte: Vicente Saldanha, por Pedágio. Produção: Biônica Filmes e O Som e a Fúria 



Melhor Montagem: Eva Randolph, por Levante. Produção: Arissas 



Melhor Roteiro: Guto Parente, por Estranho Caminho. Produção Tardo Filmes 



Melhor Direção de Ficção: Lillah Halla, por Levante. Produção: Arissas 



Melhor Filme de Ficção:  A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito. Produção: Paranoid Filmes 



Prêmio Especial do Júri: O Dia que te Conheci, de André Novais de Oliveira. Produção: Filmes de Plástico  



Première Brasil – Novos Rumos  



Melhor Longa: Saudade fez morada aqui dentro, de Haroldo Borges. Produção: Plano 3 Filmes 



Melhor Curta: Dependências, de Luisa Arraes. Produção: Cosmo Cine e Paris Produções 



Melhor Direção: Ricardo Alves Jr. por Tudo o que você podia ser. Produção: Entrefimes 



Prêmio Especial do Júri: A Alma das Coisas, de Douglas Soares. Produção: Acalante Filmes 



Menção Honrosa para Iracemas, de Tuca Siqueira. Produção: República Pureza Olinda 



Menção Honrosa para Bizarros Peixes das Fossas Abissais, de Marão. Produção: Marão Filmes 



Prêmio Felix  



Melhor Filme Brasileiro: Sem Coração, de Tião e Nara Normande 



Melhor Filme Internacional: 20.000 Espécies de Abelhas, de Estibaliz Urresola Solaguren 



Melhor Documentário: Orlando, Minha Biografia Política, de Paul B. Preciado 



Menção Honrosa de Documentário: Assexybilidade, de Daniel Gonçalves  



Prêmio Especial do Júri: Tudo o que você podia ser, de Ricardo Alves Jr. 



Troféu Suzy Capó de personalidade do ano: Nanda Costa e Lan Lanh 



Com informação da Agência Brasil



Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-10/ficcao-ambientada-na-ditadura-e-um-dos-vencedores-do-festival-do-rio
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