Segundo a Polícia Federal (PF), a mulher, investigada pelos crimes de invasão, desobediência às ordens judiciais que determinaram a desintrusão da área, e coação, estaria articulando a derrubada das pontes para dificultar os trabalhos. A mulher, que não teve o nome divulgado, é investigada ainda pelo crime de exploração econômica da Terra Indígena Apyterewa.
A polícia informou ainda que, durante a prisão, os invasores atiraram rojões e disparam um tiro de arma de fogo que atingiu uma viatura, mas não acertou nenhum agente. Em razão das ações contra a desintrusão, entidades representativas de servidores indigenistas e de fiscalização ambiental que atuam no processo alertaram para o risco que as equipes correm, por conta da menor presença das forças de segurança. O aviso chegou por meio de uma nota assinada pela Indigenistas Associados (INA) e pela Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente e PECMA (Ascema Nacional).
A operação, que entrou na segunda fase no dia 9 de novembro, consiste na retirada de pessoas que estão irregularmente dentro dos territórios tradicionais, assim como no combate a atividades ilegais, entre elas extração de madeira e garimpo () . Estima-se que mais de 3 mil invasores estejam na região. Na sexta-feira (11), a PF prendeu o presidente de uma associação de trabalhadores rurais acusado de incentivar a invasão das áreas indígenas.
Na segunda fase, serão retirados os invasores que não deixaram a região de forma voluntária, assim como bens e animais. Também haverá destruição de instalações irregulares que não foram desmontadas. Na primeira fase da operação, as equipes técnicas desativaram postos clandestinos de gasolina, apreenderam 230 litros de agrotóxicos; 14 armas de fogo com porte irregular e 278 munições; 64 metros cúbicos (m³) de madeira; 70 gramas de maconha e retiraram 80% do gado ilegal.
A desintrusão cumpre uma determinação do Supremo Tribunal federal (STF). O plano de ação foi homologado pela Corte em setembro de 2023. A operação deve durar 90 dias.
No dia 1º de novembro, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, manteve a ação de desintrusão, rejeitando um pedido feito pelo município de São Félix do Xingu pela interrupção da retirada dos não indígenas da área até a realização de novo levantamento fundiário para indenização e reassentamento das famílias.
A Terras Indígena Apyterewa foi homologada em 2007 e a TI Trincheira Bacaiá, em 1996. Nelas, vivem cerca de 2,5 mil indígenas das etnias Parakanã, Mebengôkre Kayapó e Xikrim, em 51 aldeias.
As áreas ficam localizadas entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapu e Senador José Porfírio, na região do Médio Xingu, no Pará.
Com informação da Agência Brasil