Durante sessão de abertura do Fórum Empresarial Brasil-Catar, em Doha, seu primeiro compromisso oficial no país, Lula avaliou que o Brasil precisa estar mais presente no Golfo, “região com a qual compartilha importantes interesses comerciais e laços culturais e históricos”.
Para o presidente, o comércio bilateral entre Brasil e Catar cresceu “de maneira exponencial”, passando de cerca de US$ 38 milhões em 2003 para os atuais US$ 1,6 bilhão. Segundo ele, o país árabe figura como uma das principais portas de entrada do Brasil para negócios com o Oriente Médio.
Lula avaliou que o Catar desempenha papel fundamental para a agricultura brasileira como fornecedor de ureia e que o Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, contribui para a segurança alimentar catariana. “Nossos produtos são reconhecidos pela alta qualidade, preços competitivos e garantia de fornecimento”.
“Estamos comprometidos com uma agricultura sustentável e alinhada com as melhores práticas em matéria ambiental. Mantemos manejo cuidadoso e criterioso dos produtos halal [que seguem critérios da cultura islâmica], com respeito pelos ritos islâmicos e pela cultura catariana.”
Ainda de acordo com o presidente, há espaço para a ampliação e a diversificação da pauta comercial entre Brasil e Catar, com produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).
“O Brasil também está implementando medidas de facilitação de comércio como um sistema eletrônico de validação e assinatura de documentos para operações de comércio bilateral. Com esse sistema – que já está em vigor em nosso comércio com o Egito e a Jordânia – teremos o potencial de reduzir os prazos e os custos das transações comerciais entre o Brasil e o Catar.”
Ao final de seu discurso, Lula lembrou que deixa o Catar hoje rumo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, onde vai lançar “um chamado à ação e à ambição no enfrentamento à crise climática”. “Estou certo de que o Catar também poderá ser um aliado importante nessa agenda”.