A interdição ocorreu após vistoria realizada neste mês constatar as mesmas irregularidades apontadas durante visita feita pelas autoridades em janeiro deste ano, quando a unidade foi parcialmente interditada e proibida de receber novos pacientes. Depois de novas diligências, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) recomendou à secretaria que o hospital fosse redesignado para outro tipo de serviço, de menor complexidade, como assistência médica ambulatorial ou unidade básica de saúde (UBS).
Além disso, a visita constatou ausência de distribuição de alimentos nos andares de internação; banheiro único para pacientes e funcionários com dimensões inadequados, sendo também inadequada a sala de expurgo e utilidades; número insuficiente de kits carrinho de emergência e ventiladores pulmonares; materiais médicos saneantes espalhados pelo hospital, sem controle ou registro de temperatura ou umidade. Além disso, alguns itens estavam com embalagens violadas, entre outras irregularidades.
Após a entrega dos apontamentos do Centro de Vigilância Sanitária ao Ministério Público, a prefeitura de São Paulo teve dez dias para apresentar um plano de ação referente à unidade e às irregularidades encontradas. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o Hospital Municipal Brigadeiro continua em funcionamento, mas que, no momento, não está realizando transferências e recebendo novos pacientes.
Todos os questionamentos apontados pelo CVS e pelo Ministério Público foram respondidos e estão em análise técnica. As tratativas ocorrem por meio das vigilâncias municipal e estadual, e aguardam essa avaliação para as próximas definições, acrescentou a secretaria.
De acordo com a SMS, o Hospital Municipal Brigadeiro registrou 3,3 mil altas nos últimos três anos. “A tomografia da unidade, que é um importante equipamento de diagnóstico, realiza cerca de 1 mil exames por mês. A pasta reforça que mantém o compromisso e a qualidade da assistência prestada à população e se mantém à disposição para quaisquer esclarecimentos.”
O Hospital Municipal Brigadeiro foi criado, em caráter emergencial, para atendimento a pacientes de covid-19. Porém, mesmo com o fim da pandemia e sem que o local tivesse condições sanitárias mínimas para funcionamento a longo prazo, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, entidade responsável pela gestão da unidade, teve o contrato mantido pela prefeitura.
Com informação da Agência Brasil