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20/12/2023 às 10h21min - Atualizada em 20/12/2023 às 10h21min

Brasileiras que tiveram malas trocadas por bagagens com droga celebram decisão da Justiça alemã que as inocenta: 'Recomeço'

Decisão foi tomada após mais de oito meses depois do casal sair da prisão. Kátyna Baía e Jeanne Paolini definem a notícia como um marco de um recomeço em suas vidas.

Por Larissa Feitosa, g1 Goiás
https://g1.globo.com/go/

Recomeço. É assim que as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini definem a notícia de que a Justiça da Alemanha as inocentou no processo que investigava as malas trocadas por bagagem com drogas.

“Essa notícia é um marco e tira uma tonelada de nossas costas, porque quando saímos daquele presídio, ainda carregávamos o peso de uma prisão justamente por eles não terem encerrado o processo. Então para nós é um recomeço, um alívio muito grande, com bastante alegria”, diz Kátyna ao g1.

A prisão das brasileiras aconteceu em março de 2023, mas o encerramento só aconteceu no dia 7 deste mês. Agora, as duas estão livres de qualquer processo e restrição em relação a qualquer país da União Europeia, inclusive Alemanha.

“Saímos do status de suspeitas, investigadas, para inocentes lá na Alemanha. A gente tinha um receio muito grande de viajar novamente. A gente não teria coragem de passar por uma imigração na Europa de novo sem encerrar esse processo”, reforçou.

Ao g1, Luna Provázio, também da defesa do casal, explicou sobre os pedidos de indenização. "Vamos pedir, seja em decorrência de algum tipo de dano moral, físico e, obviamente, financeiro. Todas as despesas com a viagem em si, afinal de contas, elas não puderam aproveitar as férias já que estavam presas e também todos os prejuízos financeiros daí decorrentes", completou.

Jeanne Paollini e Kátyna Baía e as malas recuperadas, na Alemanha — Foto: Reprodução/Redes Sociais e Arquivo pessoal/Luna Provázio

Prisão injusta e chegada ao Brasil

As goianas ficaram presas na Alemanha por 38 dias. Elas tiveram as malas trocadas no aeroporto de Guarulhos enquanto aguardavam o voo que as levaria para Frankfurt, na Alemanha. As duas planejavam ficar 20 dias na Europa, mas foram detidas no dia 5 de março e ficaram 38 dias presas depois que policiais alemães encontraram cocaína em duas malas de 20 kg com o nome delas.

Posteriormente, a Polícia Federal descobriu que as etiquetas das bagagens tinham sido trocadas por uma quadrilha suspeita de tráfico internacional de drogas. Suspeitos de integrarem esse grupo foram presos pela polícia. Katyna e Jeanne recuperaram os pertences no dia 7 de setembro.

Kátyna e Jeanne contaram que chegaram a ser maltratadas pela polícia alemã.

“Nós fomos presas de forma muito injusta, mal recebidas, maltratadas pela polícia alemã, injustiçadas, pagando já por 38 dias por um crime que não nos pertence. Se fôssemos cumprir o que a legislação de lá ordenava, iríamos ficar em média 15 anos, perdendo 15 anos da nossa vida e talvez não veríamos os nossos pais mais, os nossos amigos, a nossa pátria amada”, desabafou.

Brasileiras que tiveram malas trocadas por bagagens com drogas abraçam família

A veterinária Jeanne ressaltou a importância da ação dos órgãos de segurança brasileiros de conseguir provas, com agilidade, que comprovem a inocência do casal.

“Nós gostaríamos de fazer um agradecimento aqui a todos os envolvidos, que trabalharam juntos para mandar todas as provas pra polícia alemã, ao governo alemão. Nós sabemos que o envio desses vídeos foi fundamental para a nossa liberdade. Sem eles, provavelmente, nós iríamos pagar por um crime que nós não cometemos”, afirmou.

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