O perfil de fofoca Choquei perdeu mais de 1 milhão de seguidores no Instagram desde 22 de dezembro, data em que a trágica história de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, monopolizou a internet.
De acordo com a plataforma Social Blade, especializada em monitoramento das redes sociais, o Choquei estava com pouco mais de 22 milhões de seguidores há quatro dias. Às 20h15 desta segunda-feira, 25, horário de publicação desta reportagem, o perfil de fofoca está com menos de 21 milhões.
A perda diária de seguidores ocorreu desta forma:
Para ter uma ideia, antes do caso de difamação contra Jéssica, o Choquei aumentava o número de seguidores constantemente. O número de novas adesões era baixo, em relação ao tamanho da página. Mas era positivo. Nos dez dias que antecederam a tragédia, por exemplo, o perfil de fofoca conseguiu mais de 12 mil seguidores no Instagram.
A crise não ocorre apenas na internet, mas também na realidade. Nesta segunda-feira, Oeste informou que a Polícia Civil de Minas Gerais avalia marcar um depoimento com os administradores do Choquei.
Durante a semana, os investigadores tiveram acesso à necrópsia do corpo de Jéssica e fizeram um levantamento das publicações nas redes sociais que mencionavam o nome dela e do humorista Whindersson Nunes.
O inquérito da Polícia Civil ainda está em fase inicial e investiga se, de fato, a morte de Jéssica é um caso de suicídio e se o perfil de fofoca instigou a jovem a tirar a própria vida.
A investigação está sendo conduzida pelo delegado Felipe Oliveira, de Araguari (MG). Ele explicou que essa apuração é de praxe e ocorre em todos os casos registrados inicialmente como suicídio.
O Código Penal prevê pena de prisão para quem induzir outra pessoa ao suicídio. A sentença pode chegar a quatro anos de prisão. Para a detenção, é preciso comprovar que um ou mais suspeitos tenham atuado com intenção dolosa, ou seja, com a intenção de que a vítima cometesse o suicídio.
De acordo com o delegado, ainda não há indícios de dolo. Mas outros crimes podem ser encontrados no decorrer da investigação. “Falsidade ideológica ou até algum crime contra a honra”, disse à CNN Brasil. “Se houver algo nesse sentido, vai ser objeto de outra investigação."