29/04/2024 às 13h58min - Atualizada em 29/04/2024 às 13h58min
Disparada de casos de bronquiolite em crianças de até dois anos está lotando hospitais infantis
O que é bronquiolite?
Bronquiolite é uma doença respiratória aguda que afeta principalmente crianças com menos de dois anos. Ela é caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, isto é, pequenas vias aéreas nos pulmões, que ligam os brônquios aos alvéolos (partes importantes do sistema respiratório) e tem o diâmetro menor que o grafite de um lápis num bebe menor que seis meses, por exemplo.
O bloqueio do bronquíolo leva a uma dificuldade para a saída de ar dos pulmões, e causa um assobio (chiado) durante a passagem do ar por esses tubinhos mais estreitados. Quanto menor for o bebe, mais estreito é o bronquíolo e qualquer inchaço já leva a uma obstrução significativa.
Sintomas
Os sintomas de bronquiolite podem variar de leves a graves e, em alguns casos, a condição pode exigir atenção médica imediata. Alguns dos sintomas comuns da doença são:
- sintomas iniciais semelhantes a resfriado: podem incluir coriza, espirros, febre leve e tosse
- desenvolvimento de sintomas respiratórios graves: respiração rápida e superficial, chiado no peito e aumento do esforço respiratório
- tosse persistente: respiração rápida e superficial, chiado no peito e aumento do esforço respiratório
Causas
A bronquiolite é causada principalmente por infecções virais, e o vírus sincicial respiratório (VSR) é o agente infeccioso mais comum associado a essa condição. No entanto, outros vírus respiratórios também podem desencadear quadros de bronquiolite:
- adenovírus: também pode causar bronquiolite, principalmente em crianças mais velhas
- rinovírus: um dos principais agentes causadores do resfriado comum, pode, em alguns casos, levar ao desenvolvimento de bronquiolite
- vírus da influenza (Gripe): pode causar sintomas respiratórios graves e, em alguns casos, resultar em bronquiolite
- metapneumovírus: pode causar infecções do sistema respiratório, o que inclui a bronquiolite
Diagnóstico
O diagnóstico de bronquiolite geralmente é baseado em uma combinação dos seguintes fatores:
- avaliação clínica: o médico pneumologista realiza uma avaliação clínica detalhada, que inclui perguntas sobre os sintomas, a história médica recente como prematuridade ou doença respiratória anterior na criança do paciente e fator de risco ambiental, como exposição à fumaça de cigarro e antecedentes familiares de asma brônquica
- exame físico: durante o exame físico, o médico observa sinais de dificuldade respiratória, como respiração rápida e superficial, uso de músculos acessórios para respirar e chiado no peito
- testes de detecção viral: especialmente quando a confirmação do vírus causador é necessária, o médico pode recomendar testes laboratoriais para identificar o vírus responsável, como o sincicial respiratório (VSR)
Tratamento
O tratamento da bronquiolite é principalmente de suporte, pois a condição é causada por infecções virais e, geralmente, resolve-se por conta própria. Algumas abordagens para auxiliar o procedimento são:
- hidratação adequada: especialmente se houver dificuldades na alimentação devido à respiratória difícil
- monitoramento respiratório: prestar atenção na respiração e oxigenação do paciente é essencial. Em alguns casos, pode ser necessário fornecer oxigênio suplementar
- uso de broncodilatadores (substâncias que promovem a dilatação das pequenas vias aéreas nos pulmões): especialmente quando há chiados evidentes, o médico pode prescrever broncodilatadores para ajudar pacientes com bronquiolite
Prevenção
A prevenção da bronquiolite, em grande parte, envolve medidas para reduzir o risco de infecções virais respiratórias, que são as principais causas dessa condição em crianças. As orientações recorrentes são:
- lavar regularmente as mãos: é uma das formas mais eficazes de prevenir a propagação de vírus respiratórios, principalmente através do uso de álcool em gel
- evitar contato próximo com pessoas resfriadas ou gripadas: é particularmente importante para bebês e crianças pequenas, que são mais vulneráveis
- prevenir a contaminação pelo ar: ao tossir ou espirrar, é importante cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável ou com o cotovelo. Isso ajuda a evitar a propagação de partículas respiratórias no ar
- uso de imunoglobulina hiperimune: um produto que contém altos anticorpos específicos, para prematuros extremos ou prematuros com doença respiratória crônica ou cardiopatia congênita, aplica-se essa imunoglobulina durante a época do ano de maior transmissão do vírus VSR no 1º e/ou 2º ano de vida.
- vacina VSR para gestantes: em alguns países ela já está disponível. Ao tomar, a mãe produz anticorpos contra o vírus VSR que passam a barreira placentária e vão dar proteção contra VSR após o nascimento