Segundo a Associação Brasileira de Halitose cerca de 30% da população sofre com este problema, ou seja, mais ou menos 50 milhões de pessoas passam ou já passaram pelo constrangimento de exalar um odor ruim pela boca. Mas esse número não precisava ser tão grande assim, pois a halitose tem prevenção, controle e, na maioria dos casos, cura.
Segundo Ana Kolbe, cirurgiã-dentista especializada na prevenção e no tratamento da haitose, as principais causas desse mal são saburra lingual, que é uma camada esbranquiçada que se fixa no fundo da língua, estresse, pouca ingestão de água, pouca produção de saliva e má higiene oral. Ou seja, todos esses itens são reversíveis.
“Assim que o diagnóstico é fechado e revelado como sendo uma dessas causas, basta que o profissional passe o tratamento adequado e que o paciente siga as instruções dadas, que muitas vezes é apenas uma mudança de hábito”, diz a especialista.
Outros hábitos perigosos Muitos outros costumes do dia-a-dia, aparentemente inofensivos, também podem causar mau hálito. Para eliminá-lo basta rever o modo como você anda levando a vida ou procurar ajudar se for algo mais difícil de mudar.
“Dormir de boca aberta, ter uma vida sedentária, ir para a cama sem escovar os dentes, ficar longos períodos sem comer, não mastigar bem os alimentos e não ir ao banheiro regularmente são hábitos que podem acabar contribuindo para o aparecimento da halitose”, diz Ana.
Halitoses controladas No entanto, em menor escala, há alguns tipos de halitose que vão ter apenas controle. Um bom exemplo é o mau hálito causado por alguma outra doença, como a diabetes. “A diabetes não tem cura e sim controle assim como o mau cheiro que ela provoca na boca de quem a tem”, diz a especialista.
Quem tem diabetes costuma fazer muito xixi, o que pode causar desidratação e assim, boca seca. Como vimos acima, a pouca quantidade de saliva na boca pode causar o mau hálito. Os remédios que a pessoa com diabetes toma também podem influenciar no péssimo odor bucal. Nesses casos, recomenda-se conversar com o médico de confiança para ver o que pode ser feito ou alterado durante o tratamento da doença.
Apoio e pré-diagnóstico familiar Também é fundamental a participação da família, ou pelo menos de uma pessoa de confiança, na hora de alertar o portador que ele está com mau hálito. Isso porque muitas vezes ele mesmo não sente que sua boca está cheirando mal e precisar ser avisado, com cautela, sobre o problema.
“Assim que o problema é atestado por alguém próximo é recomendado procurar um especialista no assunto para investigar a frequência e a intensidade do odor. Só depois dessa avaliação será possível fechar um diagnóstico e prescrever um tratamento adequado”, diz Ana.
O importante dessa matéria é ressaltar que, na grande maioria das vezes, a pessoas não precisa conviver com esse problema e nem se afastar do mundo social por vergonha. A halitose tem cura. “E é fundamental que o paciente recupere a autoestima e a autoconfiança que são abalados com a halitose”, diz a especialista.