O nome pequi significa "pele espinhenta" e se deve à característica do seu caroço, que é cheio de espinhos. Ele é um fruto do tamanho de uma maçã com a casca verde, mas no seu interior há uma semente revestida por uma polpa amarela e macia, que é a parte comestível desse alimento.
Nutrientes do pequi (100 g) | |
Calorias | 203 kcal |
Carboidratos | 4,6 g |
Proteínas | 1,2 g |
Gorduras totais | 20 g |
Gorduras saturadas | 9,8 g |
Fibras | 14 g |
Vitamina A | 20 mg |
Vitamina B1 | 0,03 mg |
Vitamina B2 | 0,46 mg |
Vitamina B3 | 0,38 mg |
Vitamina C | 12 mg |
Cobre | 0,4 mg |
Ferro | 1,5 mg |
Fósforo | 0,006 mg |
Magnésio | 0,005 mg |
Potássio | 0,018 mg |
Sódio | 2,1 mg |
FONTE: Almeida et al.,1998; Cooperjap
O pequi tem boas quantidades de vitamina A e C, que tem propriedades antioxidantes importantes para o organismo. Além disso, a vitamina C ajuda no sistema imunológico e também potencializa a absorção do ferro dos alimentos de origem vegetal.
O pequi também é rico em ácidos graxos monoinsaturados, gorduras do bem que também são encontradas nas oleaginosas e azeites. Esses ácidos graxos podem reduzir os níveis de colesterol LDL do sangue, evitando acúmulo de placas de gordura e trazendo benefícios para a saúde do coração. Os principais são os ácidos oleico, palmítico, linoleico e esteárico.
Benefícios em estudo do pequi
O pequi começou a ser estudado há pouco tempo, mas já existem alguns estudos que trazem comprovações iniciais de alguns de seus benefícios:
Aliado do coração Os ácidos graxos mono-insaturados do pequi podem ajudar a melhorar o perfil do colesterol no organismo, por reduzirem o colesterol LDL, considerado ruim para a saúde. O LDL quando oxidado pode se acumular em placas de gordura nos vasos sanguíneos, podendo levar ao seu entupimento em longo prazo, o que pode causar diversas doenças cardiovasculares como infarto e AVC.
Além disso, por ser rico em nutrientes antioxidantes (como as vitaminas A e C), ele reduz as chances de que o colesterol LDL se oxide, o que protege mais ainda o coração.
Por fim, a combinação de vitaminas e minerais do pequi beneficia a pressão arterial, trazendo um equilíbrio na retenção de líquidos. A presença do potássio, principalmente, ajuda também no relaxamento dos vasos sanguíneos, o que influencia de forma positiva na pressão arterial, mais um fator que auxilia na saúde do coração, já que ele não acaba sendo sobrecarregado pela hipertensão.
O biólogo César Koppe Grisolia, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB) realizou dois estudos para comprovar os benefícios cardiovasculares do pequi. O primeiro foi feito em camundongos e o segundo em 126 maratonistas que tomaram a cápsula com o óleo da fruta. Após uma bateria de exames, foi comprovado que os que tomaram o medicamento tiveram menos danos celulares do que os que não tomaram.
Proteção da visão O pequi é uma boa fonte de vitamina A por ser rico em carotenoides, substâncias que são precursoras desse nutriente. Eles atuam como antioxidante principalmente nos olhos, impedindo a degeneração macular e catarata que muitas vezes são causados pelos radicais livres. Os carotenoides presentes nesse alimento são caroteno, licopeno criptoxantina, zeaxantina, luteína e neoxantina. Entre eles, a luteína é o composto que mais atua nas estruturas dos olhos.
Prevenção do câncer Estudos mostram que uma dieta rica em alimentos antioxidantes, como o pequi, pode prevenir diversos tipos de câncer. Isso porque eles combatem os radicais-livres, compostos que levam a processos de degeneração dos tecidos do corpo, além de causarem mutações que podem levar ao câncer.
Combate ao envelhecimento precoce Os radicais-livres também são responsáveis pelo envelhecimento da pele, portanto consumir alimentos ricos em antioxidantes, como o pequi, é benéfico para evitar o envelhecimento precoce e melhorar a elasticidade da pele.
Redução de danos articulares em atletas As propriedades anti-inflamatórias do pequi são aliadas de atletas. Em um estudo em que atletas foram submetidos a uma dieta com altas quantidades de pequi houve redução da inflamação nas articulações e na musculatura, algo que ocorre comumente após treinos prolongados ou intensos.
Não existem estudos que estimem uma quantidade recomendada de pequi ao dia. No entanto, como ele é um alimento calórico, especialistas indicam o consumo com moderação.
O pequi não tem contraindicações. No entanto, por seu alto valor calórico, principalmente do óleo de pequi, o ideal é que pessoas com sobrepeso ou que querem emagrecer o consumam com moderação.
Devido à grande quantidade de calorias na polpa e no óleo do pequi, o consumo em excesso pode levar ao aumento de peso.
O pequi tem duas partes consumíveis: a polpa que envolve sua casca e a castanha dentro de seu caroço.
A polpa deve ser consumida com as mãos, usando os dentes para raspar apenas a parte amarelada. Quando essa polpa começa a ficar esbranquiçada, começa a revelar os espinhos e requer maior cuidado.
Para se consumir a castanha é preciso deixar o caroço do pequi secar por uns dois dias e depois torrá-lo, assim é possível acessá-la. Mas ela é muito menos usada em receitas, apesar de ter ótimas propriedades para a saúde.
A polpa do pequi é muito usada em preparações salgadas e de diversas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes e no leite. Ele também é usado para fabricação de doces e licores.
O pequi é mais usado em preparações salgadas do que doces. Veja a seguir algumas receitas com pequi:
O pequi é muito mais comum no cerrado brasileiro, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e no Norte de Minas Gerais. Portanto, é muito mais fácil encontra-lo nessas regiões, mas ele também pode ser comprado em mercados mais especializados em outras regiões do Brasil.
Nutricionista Andrea Marim, especializada em fitoterápicos e nutrição funcional
Nutricionista Paula de Crook, consultora da PB Consultoria em Nutrição e especialista em nutrição infantil