Foto: HMAP Quando um ente familiar passa por problemas de saúde crônicos, que causam intenso sofrimento, a qualidade de vida de todos é afetada, incluindo aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. Pensando em trazer mais conforto e dignidade para esses pacientes, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade pública gerida pelo Einstein, inaugura em 30 de setembro uma ala exclusiva de cuidados paliativos.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 625 mil pessoas em todo o Brasil precisam de cuidados paliativos, porque enfrentam doenças graves, crônicas ou em finitude. Desde o início da gestão Einstein, passaram pelo HMAP 583 pacientes avaliados pela equipe médica de cuidado paliativo. Atualmente, o hospital atende 15 pessoas nesta situação.
De acordo com a médica paliativista Lidia Milioli, referência técnica de cuidados paliativos do HMAP, o serviço já era realizado na unidade, mas agora, com a inauguração desta ala, será possível trazer um conforto ainda maior para quem está em sofrimento por um processo de adoecimento. Inicialmente, serão 10 leitos. “O objetivo da gestão Einstein é conseguir ofertar sempre uma melhor qualidade de atendimento para que esses pacientes e suas famílias se sintam parte do processo de tratamento, e para que a gente consiga dedicar um cuidado mais humano, mais ético e mais digno”, explica.
Para a especialista, há ainda muita desinformação sobre o que são os cuidados paliativos. “Não é só para o paciente que está no fim da vida. O cuidado paliativo envolve também pacientes que têm doenças potencialmente curáveis, mas que durante a trajetória de doença, vão evoluir com algum sofrimento”, afirma a médica. Ela acrescenta que transformar a jornada desse paciente em algo menos sofrido, aumenta, inclusive, a chance de sucesso no tratamento.
Uma abordagem do cuidado paliativo é trazer o paciente para dentro do seu processo, inclusive sobre tomada de decisões. “É essencial compreender o que esse paciente entende do que ele está vivendo, ouvir dele o que acha justo e proporcional com seu corpo, e, também, tirar as dúvidas sobre esse processo, quais decisões ele gostaria que fossem compartilhadas com ele e quais ele não gostaria. Isso permite uma abordagem mais humana e personalizada no cuidado durante a internação”, completa Lidia.
Tendência De acordo com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, existe uma tendência de aumentar a oferta desse tipo de serviço no país, inclusive na rede pública. Em maio, o Ministério da Saúde lançou uma política voltada para a capacitação de equipes com investimentos anuais de 887 milhões de reais por ano. No HMAP, a intenção é que com leitos exclusivos aos cuidados paliativos, a equipe multiprofissional - médicos, psicólogos, nutricionistas e outras equipes assistenciais -, consiga avaliar melhor as possibilidades de conforto para o paciente. “A gente avalia junto ao paciente se ele consegue fazer o tratamento em casa, se ele pode comer algo que ele gostaria na condição em que está, além de acolher melhor a família”, finaliza a médica.
Sobre o HMAP O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.