Goiânia registrou o décimo caso de morcego positivo para a raiva em 2024. O animal da espécie Artibeus obscurus, que se alimenta de frutas, foi encontrado morto na última quinta-feira (31/10), em uma rua no Setor Residencial Kátia, na Região Sudoeste da capital, durante o trabalho de rotina dos Agentes Comunitários de Endemias (ACE).
Conforme o Departamento de Vigilância em Zoonoses (DVZ), responsável pela vigilância de casos de raiva animal no município, não há registro de contato humano ou animal com o morcego. O departamento emitiu alerta epidemiológico no dia 31 de outubro, logo após resultado positivo do exame realizado em amostras do morcego pelo laboratório da Agrodefesa (Labvet).
Segundo o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos, Welington Tristão, a ocorrência de raiva no morcego sempre é motivo de alerta. “A preocupação é porque sempre há risco do homem ser contaminado pelo animal infectado. Por isso, todo caso é investigado, mesmo Goiânia tendo somente morcegos frugívoros e insetívoros, ou seja, não se alimentam de sangue”, esclarece.
O alerta também vale para cães e gatos, por isso a importância da vacinação antirrábica. “Mesmo tendo contado com o morcego infectado, cães e gatos não vão desenvolver a raiva se estiverem com a vacina em dia", explica o gerente.
Outros casos
Outros nove casos foram registrados ao longo deste ano em Goiânia nos seguintes bairros: Sítios de Recreio Samambaia, Urias Magalhães, Jardim Guanabara, Setor Jaó, Jardim Novo Mundo, Setor dos Funcionários, Setor Sudoeste e Parque Tremendão. Os morcegos positivados são das espécies: Epitesicus diminutus (insetívoro), Molossus molossus (insetívoro), Artibeus obscurus (frugívoro), Artibeus planirostris (frugívoro) e Artibeus lituratus (frugívoro).
Doença
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. É transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.
No ano de 2022, foram registrados um caso de raiva em morcego frugívoro (Artibeus lituratus) na Região Noroeste e dois casos de raiva em felinos (regiões Norte e Noroeste).
Locais de vacinação
Confira os locais que oferecem doses gratuitas da vacina antirrábica, disponíveis ao longo de todo o ano. São eles:
- Diretoria de Vigilância em Zoonoses: das 8h às 17h, todos os dias (inclusive finais de semana e feriados). Rodovia GO-020, KM 08, atrás do Cemitério Parque Memorial. Telefone: 3524-3131
- Hospital Veterinário da EVZ/UFG: das 8h às 12 h e das 13h às 16 h, de segunda a sexta-feira. Avenida Esperança, s/nº, Campus Samambaia. Telefone: 998542943 / 35211587
- Clínica Escola da Faculdade de Veterinária da PUC Goiás: das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Campus II da PUC Goiás, Jardim Mariliza. Telefone: 39461731
- Hospital Veterinário Público da AMMA (UPA VET): das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Avenida José Martins Guerra, Jardim Balneário Meia Ponte
Orientações à população
· No caso de acidentes com animais domésticos, silvestres e principalmente morcegos, procurar uma unidade de saúde o mais breve possível para avaliação da profilaxia de raiva adequada para o caso;
· Ao se deparar com um morcego morto, caído ou encontrado em horário e local não habitual – por exemplo, pousado em local claro durante o dia – entrar em contato com a Vigilância em Zoonoses para que seja feito o recolhimento do animal, pelos telefones (62) 3524- 3131 e 3524-3124 horário comercial e (62) 3524-3130 no período noturno, finais de semana e feriados. Dir. de Vigilância em Zoonoses Rodovia GO – 020, Km 8, Fazenda Vau das Pombas, (62) 3524-3113 / 3137 / 3138 E-mail: saudeambiental.goiania@gmail;
· Evitar contato físico com o morcego para minimizar o risco de acidente; isolando-o com panos, caixas de papel ou balde, ou mantê-lo em ambiente fechado para aguardar a captura por pessoas capacitadas;
· Informar à Dir. de Vigilância em Zoonoses se cães e/ou gatos da residência/local de trabalho tiverem contato com morcegos;
· Manter cães e gatos (maiores de 3 meses) com a vacinação antirrábica em dia (uma vez ao ano), seja na ação de vacinação ou nos postos permanentes disponíveis durante todo o ano (Sede da Vigilância em Zoonoses e Hospital Veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia/UFG);
· Os morcegos são animais de extrema importância para a natureza; portanto, quando voando livremente no período noturno não são considerados animais suspeitos, e nessas condições não oferecem risco desde que não sejam manipulados.