O estudo “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, feito pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), aponta que o consumo de suplementos alimentares está presente na dieta de pelo menos uma pessoa em 59% das famílias brasileiras. Quanto à motivação, 90% dos entrevistados consomem suplementos como complemento à alimentação e 85% para melhorias na saúde e bem-estar. Este é um tema que merece destaque neste 31 de março, Dia Nacional da Saúde e Nutrição.
A nutricionista Beatriz Duarte, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica o que é a suplementação alimentar. “A suplementação nutricional pode otimizar o desempenho físico e a saúde, fornecendo nutrientes essenciais de forma prática. Dentre os principais tipos, destacam-se os hipercalóricos, que fornecem alta densidade energética; os vitamínicos, que ajudam na imunidade, energia e prevenção de deficiências nutricionais; e os proteicos, que contribuem para a síntese muscular e recuperação tecidual”.
E ao contrário do que muitos pensam, os suplementos alimentares não são apenas para quem faz exercícios. “Eles podem ser utilizados por pessoas com deficiências nutricionais, problemas de saúde específicos ou dietas restritas, como veganos, vegetarianos ou aqueles com dificuldades para absorver certos nutrientes. Por exemplo, suplementos como ferro e cálcio são comumente recomendados para pessoas com deficiências específicas, independentemente de praticarem ou não atividades físicas”, explica a especialista.
Quando começar
Beatriz Duarte destaca ainda sobre quando começar a usar a suplementação. “O uso de suplementos deve ser iniciado conforme as necessidades do corpo e sempre sob orientação profissional, geralmente a partir da adolescência, com a aprovação de médicos ou nutricionistas. No entanto, para muitos suplementos, como multivitamínicos e cálcio, o uso pode ser indicado já em idades mais jovens, especialmente em casos de deficiências nutricionais. Para atletas, a idade mínima pode variar conforme o suplemento e a avaliação individual de necessidade”.
Segundo a nutricionista, o período de uso da suplementação varia para cada pessoa. “Por exemplo, o ferro geralmente é indicado até que os níveis no corpo se normalizem, usá-lo sem necessidade pode ser prejudicial. Já o cálcio pode ser necessário por mais tempo, especialmente em idosos ou mulheres na pós-menopausa. Suplementos de desempenho, como a cafeína, devem ser usados de forma pontual, pois o uso excessivo pode causar efeitos colaterais. A creatina deve ser ajustada conforme a resposta do corpo. O mais importante é ressaltar que o uso de suplementos deve estar sempre aliado a uma alimentação saudável e equilibrada, com acompanhamento nutricional, para garantir que sejam utilizados de maneira segura e eficaz”.
Para a especialista, uma orientação profissional é essencial. “A suplementação deve ser individualizada e supervisionada por profissionais, garantindo segurança e eficiência. Escolher o suplemento adequado, conforme os objetivos e necessidades individuais, é essencial para obter os melhores resultados”, afirma. Além da prática de exercícios, Beatriz Duarte pontua ainda outros motivos para o uso dos suplementos:
- Deficiências nutricionais: Como nos casos de falta de ferro, cálcio ou vitamina D, especialmente em dietas restritas ou condições de saúde específicas;
- Manutenção da saúde: Em idosos que necessitam de cálcio para a saúde óssea ou em pessoas com doenças que prejudicam a ingestão de nutrientes;
- Problemas intestinais: Suplementos como probióticos podem ser indicados para melhorar a saúde intestinal e fortalecer o sistema imunológico;
- Recuperação de doenças ou tratamentos médicos: Certos suplementos, como o ferro, podem ser usados para tratar deficiências causadas por condições de saúde ou tratamentos médicos, como a anemia ferropriva.