Um homem de 43 anos foi atacado pela própria sobrinha de 16 anos em Uruaçu, Goiás, quando ela despejou óleo quente em sua cabeça enquanto dormia.
O crime, classificado como ato infracional análogo a homicídio, resultou na morte da vítima dias depois.
A adolescente confessou o crime e poderá ser internada por até três anos, enquanto um adulto que a incentivou via mensagens de texto também foi indiciado.
As investigações foram concluídas e o caso será encaminhado ao Ministério Público para os próximos passos legais.
Imagens divulgadas pela Polícia Civil revelam o momento em que um homem de 43 anos se contorce em dor após ser atacado pela própria sobrinha, uma adolescente de 16 anos, em Uruaçu, no norte de Goiás. De acordo com as investigações, a jovem despejou óleo quente na cabeça e no ouvido do tio enquanto ele dormia. A autoria das gravações ainda não foi divulgada pelas autoridades.
Nas imagens, o homem aparece com os braços abertos, visivelmente em desespero, se movimentando de um lado para o outro. Em segundo plano, é possível ver alguém tentando ajudá-lo, aparentemente oferecendo um copo de água.
O caso foi investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Uruaçu, e o inquérito foi concluído na sexta-feira (4). Segundo o delegado responsável, Domênico Rocha, além da adolescente, outra pessoa também foi indiciada. Trata-se de um adulto conhecido da jovem, que teria incentivado o crime por meio de mensagens de texto.
— Essa pessoa agiu como partícipe moral, plantando e reforçando a ideia do assassinato na cabeça da menor — explicou o delegado em entrevista ao portal g1.
A identidade da adolescente foi preservada por ser menor de idade. O nome do segundo envolvido também não foi divulgado, devido ao clima de revolta popular causado pelo caso. A defesa dos investigados não foi localizada até o momento da publicação.
Ainda de acordo com Domênico Rocha, a adolescente confessou o crime em depoimento. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que vai decidir os próximos passos legais.
Por se tratar de uma menor, o ato é classificado como um ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado. Ela pode cumprir medida socioeducativa de internação por até três anos. Já o outro suspeito, por ser maior de idade, pode responder por homicídio qualificado, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão. Até a última atualização, ele ainda não havia sido preso.
O crime ocorreu no dia 19 de março. A jovem e o tio moravam juntos com a mãe e a avó dela. A polícia apurou que havia conflitos entre eles, principalmente por conta das amizades da adolescente, que o tio considerava inadequadas.
Durante a madrugada, ela aqueceu cerca de 1 litro de óleo no fogão e esperou o tio dormir para despejar o líquido fervente sobre ele. A vítima foi socorrida e levada ao Hospital Estadual Centro Norte Goiano (HCN), mas devido à gravidade das queimaduras, foi transferida para o Hugol, em Goiânia. Ele não resistiu e faleceu no dia 28 de março.
O caso não foi denunciado pela família, mas chegou ao conhecimento da polícia por meio do serviço de inteligência da corporação. A vítima chegou a prestar depoimento no hospital antes de falecer. Após a morte, a adolescente foi apreendida, e um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do outro suspeito. Celulares foram recolhidos e os sigilos telefônicos, quebrados com autorização judicial.
Apesar de não terem denunciado o caso, os familiares não responderão criminalmente, já que a legislação brasileira não obriga parentes a denunciarem seus próprios familiares, conforme esclareceu o delegado.