Um empresário de 41 anos, morador de Santa Helena de Goiás, no sudoeste do estado, é alvo de investigação por tentativa de feminicídio contra a ex-esposa e a enteada de 11 anos. Conforme informações da Polícia Civil, ele teria adulterado dois bombons com uma substância tóxica que seriam entregues às vítimas. A tentativa só não se concretizou graças à intervenção da filha do casal, de 7 anos, que impediu que os doces chegassem à mãe e à irmã.
O suspeito chegou a ser preso em flagrante no dia 8 de abril por violar uma medida protetiva que havia sido concedida à ex-companheira após o fim do relacionamento, ocorrido no início deste ano. No entanto, ele foi liberado no dia seguinte após audiência de custódia.
A denúncia veio à tona após a filha relatar à mãe que, enquanto estava no comércio do pai, viu ele pesquisando em seu celular maneiras de envenenar chocolates. Ainda segundo o depoimento da criança, o pai teria manipulado uma substância líquida, usando uma seringa para injetá-la em dois bombons. O homem teria instruído a filha a entregar os doces à mãe e à irmã, dizendo que um faria a mãe dormir e o outro causaria vômito com sangue na menina.
Temendo pela segurança da família, a criança descartou os bombons em um bueiro próximo ao local. A mãe procurou o Conselho Tutelar, que ouviu a menina e repassou o caso para a Polícia Civil.
Em 10 de maio, policiais realizaram buscas no local indicado pela criança, mas os bombons não foram localizados. Também foram cumpridos mandados de busca no estabelecimento comercial e na residência do suspeito. O celular dele foi apreendido e, de acordo com o delegado Luís Antônio de Jesus, o aparelho continha pesquisas que corroboram a versão apresentada pela criança. No entanto, nenhuma substância tóxica ou seringa foi encontrada durante as diligências.
O empresário nega as acusações. O caso segue em investigação e, caso seja comprovado, ele poderá responder por tentativa de feminicídio, com penas que variam entre 13 e 53 anos de reclusão, por envolver duas possíveis vítimas. Até o momento, ele permanece em liberdade.