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07/05/2021 às 00h34min - Atualizada em 07/05/2021 às 00h34min

Ser mãe depois dos 40

Na contramão do relógio biológico, muitas mulheres optam por ter filhos mais tarde A idade é apenas um número. Uma mulher de 40 anos hoje muitas vezes está em seu auge: chegou ou está chegando aonde queria na carreira, conquistou a estabilidade financeira, sabe quem ela é, do que gosta, e está mais precisa em suas decisões. Inclusive a de ter filhos nessa fase da vida. “Realmente é uma tendência da mulher pensar na gravidez mais tarde. Eu deixei as coisas irem acontecendo. Fiz graduação, mestrado, logo depois veio o casamento e posterior a isso, vieram os projetos pessoais e do casal”, conta a educadora Andréia de Lourdes. Ela tem 45 anos e está na vigésima oitava semana da sua primeira gestação. Segundo dados da Tecnologia da Informação a Serviço do Sistema Único de Saúde (Data SUS), o número de gestações entre mulheres de 35 a 39 anos mais do que duplicou entre 1994 e 2016, com um aumento de 103%. Dos 40 aos 44, esse crescimento foi de 77%. “A gravidez era um desejo do casal, mas não uma obsessão. A idade nos permite fazer escolhas mais conscientes. Além disso, agora o casal também está mais alinhado e sabe respeitar a individualidade de cada um. Eu acho que o bebê precisa chegar em um lar que estejamos mais firmes, com maior maturidade”, ressalta a mamãe de primeira viagem. A maturidade emocional é um dos fatores que influenciam na hora da escolha de ser mãe depois dos 40. De acordo com a enfermeira e coordenadora do projeto Sesc Cegonha, Lília Garcia, a mulher nessa idade se sente mais segura e realista sobre o que é ser mãe e como cuidar de uma criança. Relógio biológico A principal preocupação para quem escolhe a maternidade mais tarde é a dificuldade de engravidar. De acordo com a Lília Garcia, os avanços na medicina ajudam as mulheres, no entanto, o sistema reprodutor feminino também envelhece com o avançar da idade, o que pode dificultar a concretização de uma gravidez. Um mapeamento realizado em 2010 na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, sugere que a mulher perde 90% dos óvulos na fase dos 30 anos e que, aos 40, terá apenas 3%. “Também precisamos destacar que a gravidez tardia aumenta os riscos de desenvolver uma doença hipertensiva, diabetes e síndrome de Down”, destaca a coordenadora do projeto Sesc Cegonha. Ela orienta para todas as mulheres que desejam ser mãe após os 40, fazer uma avaliação médica, além do acompanhamento com o profissional, e ter um estilo de vida saudável. “É sim possível ser mãe depois dos 40 de forma natural e com muita saúde para ela e o bebê. Mas é preciso se cuidar, ter uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e estar em dias com seu médico”, explica.


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