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23/03/2022 às 15h53min - Atualizada em 23/03/2022 às 15h53min

Dia do Cacau: Os benefícios provenientes do saboroso chocolate

Professora da Estácio explica sobre o consumo correto e consciente do doce

O chocolate é um dos produtos mais versáteis do mercado, podendo ser encontrado amargo, branco, meio amargo, ao leite, com avelã, amendoim ou castanhas, e com inúmeras outras combinações. Em 2022, o processamento de cacau, principal matéria-prima para a produção do chocolate, no Brasil recuperou-se do impacto da pandemia, e a indústria projeta um aumento de até 5%

Segundo os dados da Associação de Processadores de Cacau (AIPC), com base em informações de empresas associadas, incluindo as multinacionais Cargill, Olam e Barry Callebaut, a moagem total em 2021 atingiu 224.168 toneladas, 4,4% a mais que 2020, apesar da demanda ter sido afetada por bloqueios para controlar a propagação do coronavírus.

Esse crescimento mostra a paixão do brasileiro pelo doce, conhecido por ser o quinto maior consumidor de chocolate do mundo. Por isso, muitas pessoas também consideram o dia 26 de março como o Dia do Cacau e do Chocolate. A data surgiu como uma forma de proteger e valorizar o trabalho dos cacaueiros, principalmente do Espírito Santo e da Bahia.
Para a doutora em ciências da saúde e professora de nutrição da Estácio, Aline Corado Gomes, a fruta apresenta grandes benefícios para o organismo. “Por ter substâncias ricas em compostos bioativos como polifenóis o cacau é benéfico para o nosso organismo. Podendo colaborar na proteção contra doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Além disso, algumas evidências científicas identificaram efeitos benéficos relacionados a esses compostos bioativos do cacau na obesidade e diabetes”, relata.

Em 2019, foi publicado no International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), uma pesquisa que associou o consumo de chocolate a menor taxa de hipertensão e diabetes, fatores de risco para doenças cardiovasculares. “A ingestão diária de quantidades específicas de cacau pode contribuir para a redução das concentrações plasmáticas de colesterol e triglicerídeos, gorduras que quando em excesso contribuem para os desenvolvimentos de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico”, explica a professora.

“Além disso, pesquisas também já identificaram a redução discreta da pressão arterial associada ao consumo do cacau, informação inclusive evidenciada pela SBC”, reforça. “Com relação à disposição, podemos destacar que o cacau apresenta triptofano, que é precursor de serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar. É importante destacar, entretanto, que nenhum alimento de forma isolada é capaz de melhorar a saúde dos indivíduos como um todo. O mais importante é garantir um contexto de uma alimentação saudável de forma contínua”, alerta Aline.

A nutricionista alerta também para o consumo consciente de chocolate, sendo que o exagero pode ser prejudicial para o organismo. “Para se produzirem os produtos mais consumidos no mundo, o chocolate, as sementes de cacau devem passar por vários processos como fermentação, secagem e torrefação. Além disso, para se produzir o chocolate ao leite, uma grande quantidade de gordura e de açúcares precisam ser acrescentados ao produto, reduzindo-se consideravelmente o teor dos compostos bioativos do cacau”, explica.

Sendo assim, segundo Aline, para se obter os benefícios provenientes desse produto, o ideal é realizar o consumo do cacau em pó (não confundir com achocolatado), em uma quantidade em torno de 2 colheres de sopa ou do chocolate que contenha 70% de cacau, em uma quantidade de aproximadamente 30g, equivalente a dois quadradinhos de chocolate.  “O cacau em pó é um produto versátil, que pode ser utilizado na preparação de panquecas, vitaminas e bolos. Por outro lado, destacamos ainda que o chocolate branco é obtido com no mínimo 20% de manteiga de cacau, associado a outros ingredientes, de modo que sua composição em cacau é bastante reduzida, o que provavelmente não é suficiente para gerar os benefícios relatados anteriormente”, finaliza a nutricionista.


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