26/03/2022 às 13h50min - Atualizada em 26/03/2022 às 13h50min

Sogro de personal registra queixa contra sem-teto na polícia

Baiano detalhou todo o ato sexual e falou de intimidades da mulher em entrevistas

O pai da mulher que teve relações sexuais com o morador de rua Givaldo Alves, 48 anos, prestou queixa à polícia contra o sem-teto. No boletim de ocorrência, registrado na 16ª DP, em Brasília, o sogro do personal trainer Eduardo Alves acusa Givaldo pelo crime de difamação. Nesta sexta-feira (25), vídeos de entrevistas com o baiano contando detalhes do ato sexual repercutiram na internet.

A advogada Auricélia Vieira, que está à frente do caso, contou ao Metropoles que a Polícia Civil ainda estuda quais providências serão tomadas.

Na quinta-feira (24) Givaldo Alves falou pela primeira vez sobre o caso em entrevista ao Metrópoles. Na conversa, contou não ter arrependimentos, apesar da surra. Givaldo deu detalhes do encontro com a mulher e garantiu que não houve qualquer tipo de violência. Ele disse que estava na rua quando ela o chamou para ir até seu carro.

Na manhã desta sexta-feira (25), imagens gravadas pela TV Bandeirantes vazaram e foram parar na internet. Na entrevista, Givaldo dá mais detalhes da relação sexual, incluindo obscenidades que teria dito à mulher. A emissora emitiu uma nota oficial repudiando o vazamento de um trecho. Segundo a Band, o corte vazou de seu sistema interno, de forma ilegal e mal intencionada. Também foi aberta uma investigação interna para averiguar o caso.  

Laudo aponta alucinações
A mulher de 33 anos que teve relações sexuais com o morador de rua Givaldo Alves sofre de "transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica", segundo o laudo emitido em 15 de março por um médico psiquiatra do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ela segue internada e sem previsão de alta médica. Segundo o relatório, a paciente está em tratamento psicofarmacológico e em terapia antirretroviral profilática.  “Aguardamos ainda a melhora clínica da paciente”, diz documento.

Ela deu entrada no HUB um dia antes do laudo ter sido assinado. O caso envolvendo a mulher, o seu marido Eduardo Alves e Givaldo aconteceu no dia 9 de março. No dia 10, Eduardo a levou no Hospital de Base, onde inicialmente os psiquiatras perceberam que havia alterações de comportamento.

Segundo o Metrópoles, que teve acesso ao documento, o médico do HUB listou, entre os sintomas apresentados pela mulher, "alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados". O código usado para especificar o quadro clínico foi F31.2 CID-10, na Classificação Internacional de Doenças (CID). 

Ainda de acordo com o documento, o profissional de saúde aponta outros comportamentos que ela poderia ter dentro do atual quadro de saúde. "Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade". 

No laudo, o psiquiatra conclui que a esposa do personal trainer Eduardo Alves "não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil; em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza".

“Na avaliação clínica de hoje [15 de março], percebemos quadro de taquipsiquismo com hipervigilia, hipertimia, comprometimento da crítica e conteúdo delirante, traduzindo-se em prejuízo do discernimento, de sua autonomia e autodeterminação, motivo pelo qual se optou pelo regime de internação involuntária”, escreveu o médico. 

A Justiça havia pedido, na quinta-feira (24), um laudo sobre o estado de saúde da mulher para nomear outra pessoa para representá-la no processo que corre sobre o caso. Segundo dados médicos, em 2017 a mulher apresentou síndrome depressiva reativa e em 2018 teve “estado de aceleração mais atenuado”. 

Versão de Givaldo
O morador de rua baiano agredido pelo personal trainer após ser flagrado transando com sua esposa contou não ter arrependimentos, apesar da surra. Givaldo Alves de Souza, de 48 anos, afirma que foi abordado pela companheira do educador físico e convidado a fazer sexo dentro de um carro.

Givaldo deu detalhes do encontro com a mulher e garantiu que não houve qualquer tipo de violência. Em entrevista ao Metrópoles, no entanto, ele disse que não sabia que a moça era casada.

A abordagem, segundo o morador de rua, ocorreu na rodoviária da cidade e ambos seguiram no carro da mulher para um local afastado.

O baiano reafirmou — como fez em depoimento à polícia — que a relação com a mulher foi consensual e que, inclusive, foi convidado por ela a entrar no veículo dela, mesmo após dizer que não “teria tomado banho”. 

“Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘Moço, moço’. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: ‘Quer namorar comigo?’”.

“Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, intimou.

Então ele começou a narrar como aconteceu. "Estávamos na via e eu tirei o membro. Então era uma mão na direção e outra no 'carinho'", iniciou.

Os dois, então, pararam o carro numa via pouco movimentada. "É aqui mesmo", disse o sem-teto. Então eles deitaram os bancos e a mulher tirou a roupa. "A coisa mais maravilhosa e linda em um corpo de mulher. Perfeita", analisou o morador.

"Então começamos a brincadeira. Beijos na boca, orelha, pescoço, peitos, e vai descendo... um corpo que eu nunca vi igual. Sou um homem amante das mulheres", afirmou o baiano. 

"Foi maravilhoso", encerrou Givaldo.


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