A Justiça de Goiás negou um pedido de prisão do pastor Osório José Lopes, que é acusado de aplicar golpes milionários em fiéis de Goianésia, no centro de Goiás. O pedido tinha sido feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que alegou que ele teria voltado a praticar crimes. Uma juíza negou dizendo que o caso é avaliado pela Justiça de São Paulo, que está tomando providências.
A prisão preventiva foi negada na segunda-feira (29) pela juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados Por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores. Já o pedido tinha sido feito pelo MP-GO no dia 12 de março deste ano, um dia antes de uma reportagem do Fantástico que mostrou histórias das vítimas do pastor.
Osório já é réu em Goiás e foi denunciado pelo MP de São Paulo no dia 11 deste mês, pelo crime de estelionato. De acordo com as investigações, ele fez vítimas de vários estados. O programa da Globo ainda mostrou um documento em que Osório chegou a prometer para uma pessoa um retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões.
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O g1 pediu um novo posicionamento à defesa do pastor Osório, por e-mail e ligações por volta das 18h30 desta terça-feira (29), e aguarda retorno.
Após as denúncias do Fantástico, ele se posicionou dizendo que foi "irresponsável" e que ainda pretende pagar os fiéis, mas desmente os demais citados na denúncia. Ele ainda publicou vídeos e uma nota afirmando que é inocente.
Pedido de prisão e negativa
No documento, o Ministério Público goiano alegou que o pastor teria voltado a praticar outros crimes. O MP disse ainda que, em 2020, Osório tinha celebrado um contrato de participação em operação financeira e que, na época, uma vítima teria sido induzida a repassar R$ 190 mil ao pastor, em mais de uma transação, mas não teria recebido o pagamento que tinha sido prometido a ela.
O MP ainda acrescentou que, em outubro de 2017, uma outra vítima teria investido R$1,4 mil para participar de operações financeiras geridas pelo pastor.
O Ministério Público também alegou que Osório estava fazendo uso de canais do YouTube para “convencer uma grande quantidade de vítimas a investir em operações financeiras aparentemente inexistentes, sob a promessa de pagamento futuro". Ainda entre os argumentos, o MP citou que o pastor ainda fundou um banco cujo site atualmente está fora do ar.
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Juntando todos esses motivos, o MP pediu a prisão preventiva sustentando que a medida “se mostra necessária para acautelar o meio social e evitar que outras vítimas sejam ludibriadas pelo suposto esquema financeiro fraudulento”.
Na decisão, a juiza negou o pedido de prisão preventiva do pastor alegando que as suspeitas apontadas pelo promotor se referem a um caso que já vem sendo apurado pelo MP-SP e julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Além disso, a magistrada ainda ressaltou que o estado paulista já está tomando providências, visto que o canal do pastor no YouTube foi bloqueado no Brasil após denúncias do MP de São Paulo.
“Apesar de as novas condutas imputadas Osório José Lopes Júnior serem concretamente graves e de, a princípio, se revelarem hábeis a motivar a decretação da prisão preventiva do réu, entendo que cabe ao Juízo do Estado de São Paulo fazê-lo – caso vislumbre a necessidade de adoção da medida”, entendeu a juíza.