O filme goiano “Eu trouxe flores”, produzido em Anápolis, será exibido em um festival em Athenas, na Grécia em junho deste ano. O longa foi gravado em Pirenópolis e retrata uma relação abusiva entre os personagens Mamédio, interpretado pelo ator e diretor Eduardo Rosário, e Eliza, protagonizado por Ana Isabela Godinho. A expectativa é de que a produção ganhe novos espaços, já que vários países negociam transmissão em eventos e festivais.
Ao Mais Goiás, o ator e diretor Eduardo Rosário explica que a ideia do filme surgiu no início de 2021, quando a discussão sobre violência contra a mulher esteve em crescente. “Sabemos que a violência contra a mulher existe desde muito antes da pandemia, mas o start veio, principalmente, por conta da pandemia da Covid-19, quando as vítimas ficaram ainda mais próximas de seus agressores”, revelou.
O filme estreou em agosto de 2021. Mesmo com capacidade reduzida, as salas de cinema de Anápolis e Pirenópolis chegaram a exibir o longa, seguido de debates sobre o tema.
Eduardo Rosário revelou que diversos festivais fora do Brasil já negociam meios de transmitir a história. “Estamos negociando uma exibição nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, além de um festival de cinema em Portugal que já entrou em contato para ver a possibilidade de ser transmitido por lá. Um evento no México também gostaria de exibir o filme como atração principal”, disse.
Eduardo Rosário ressalta que a produção estará aberta ao público nos próximos dias 2 e 3 de abril, no canal “Eu trouxe flores”, no YouTube. Durante a exibição, acontecerá um debate no chat para que os usuários possam fazer comentários sobre o tema.
“Depois desses dois dias, retiraremos o filme, pois ele ainda está no circuito dos festivais e, por isso, não pode estar disponível na internet, mas assim que sair dos festivais, disponibilizaremos de forma definitiva”, afirmou.
Reportagem do Mais Goiás mostrou que casos de feminicídio em Goiás aumentaram 23% entre 2020 e 2021, segundo dados do observatório da Secretaria de Segurança Pública do estado goiano (SSP). Os números revelam que, no ano passado, 54 mulheres foram assassinadas; enquanto em 2020 esse número foi de 44 vítimas.
O índice de mulheres assassinadas não foi o único que subiu. Segundo os dados da SSP, aumentou também os registros de mulheres que sofreram ameaças no âmbito doméstico. No ano passado, foram 962 casos a mais do que em 2020 (um aumento de aproximadamente 6,5%).
Fora isso, as autoridades policiais de Goiás também registraram um crescimento de cerca de 17,2% em casos de crimes contra a honra, ou seja, foram 1.575 ocorrências mais de mulheres caluniadas, difamadas e injuriadas.
