São 50 canções inéditas do maestro, compostas entre 1910 e o fim da vida dele, em 1973. Algumas delas estão sendo apresentadas num show no Rio de Janeiro, que depois seguirá para outras cidades do país. Composições de Pixinguinha guardadas há mais de 50 anos são apresentadas pela 1ª vez
Os brasileiros ganharam a oportunidade de apreciar trabalhos inéditos de um dos nossos maiores artistas de todos os tempos. Composições do maestro Pixinguinha guardadas há mais de 50 anos estão sendo apresentadas pela primeira vez ao público.
Pixinguinha é considerado um dos maiores gênios da música brasileira. Compôs clássicos que entraram para a história e deixou um tesouro guardado há mais de 50 anos. É um acervo que só a família conhecia.
Marcelo Vianna, músico e neto de Pixinguinha: O meu pai me apresentou esse acervo que ocupava a estante da casa dele: 'Ali são os arranjos sinfônicos, ali são os arranjos para rádio, ali os LPs antigos, ali as fotografias e ali, naquele canto, no baú, as inéditas'. E eu falei: 'Nossa'. 'Seu avô fazia tanta música que ele não tinha tempo de organizar e ia jogando tudo ali'.
Repórter: O que aconteceu quando você abriu esse baú?
Marcelo: Como se fosse mágica, né?
Repórter: Cinquenta canções inéditas do Pixinguinha. Que músicas são essas?
Henrique Cazes, músico e pesquisador: O acervo do Pixinguinha foi acolhido no Instituto Moreira Salles e foi feito todo um trabalho de organizar isso, e essa coleção aos poucos foi sendo checada, porque em alguns casos existiam as melodias, mas não existia a identificação de autor.
Repórter: Qual é a importância do Pixinguinha para a música brasileira?
João Camarero, músico: Ele ajudou a estruturar o que a gente tem como música brasileira hoje. A canção, a forma. Onde começa? Como começa? Depois vai para onde? Tem um solo, depois acaba, modula... Ele foi o cara meio que fez essa receita, essa bula da canção, e tudo que veio depois, veio nessa esteira.
As inéditas foram compostas entre 1910 e o fim da vida de Pixinguinha, em 1973. São sambas, choros, valsas e ainda muitas surpresas que revelam um autor universal, que fazia o Brasil conversar com o mundo através da música.
Marcelo Caldi, músico: Ele também compôs reggae time, músicas com cara nordestina, como xote, coco. E temos esse tango que é o ‘Do tango ao amor’, que é uma obra-prima.
Tem também influência do jazz. Algumas das inéditas de Pixinguinha estão sendo apresentadas num show no Rio de Janeiro, que depois seguirá para outras cidades do país.
“Muito bom, maravilhoso. Senti na alma eles tocando, muito bom. Foi muito bom”, diz o percussionista Marcos Antonio Ribeiro.
Repórter: Qual é o tamanho do Pixinguinha para a música brasileira?
Silvia Palhares, aposentada: Não sei nem se dá. É imensurável. Para mim, ele é o rei, ele é o cara.
“Se você dispõe de 15 volumes para contar a história da música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas, se você dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido. Escreva depressa: ‘Pixinguinha’' , define Cláudio Pinheiro, presidente da Banda de Ipanema.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/06/composicoes-de-pixinguinha-guardadas-ha-mais-de-50-anos-sao-apresentadas-pela-1a-vez.ghtml