A cesta básica de alimentos em Goiás custa em média 59% do salário mínimo da população. Nos supermercados, o preço da cesta varia entre R$ 650 à 700, com os 13 itens essenciais.
As informações foram levantadas pelo Procon e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em todo o território nacional.
Goiás ocupa a décima posição desse ranking, ao lado de Minas Gerais, entre os estados com custo médio da cesta básica mais alto do Brasil. De acordo com o ranking, o pior resultado é de São Paulo, que possui a cesta mais cara (R$ 761) e que consome 68% do salário mínimo.
Maranhão e Piauí possuem os menores percentuais, em que a cesta básica custa menos R$600 e consequentemente, menos de 50% do salário mínimo.
O Procon Goiás fez uma comparação entre março de 2020 e o mesmo mês de 2022 e descobriu que os alimentos da cesta básica têm alta nos preços de até 186% no estado.
Em Goiânia, por exemplo, quem recebe um salário mínimo gasta mais da metade (55,3%) da renda para comprar produtos da cesta básica (cerca de R$ 670), suficientes para apenas uma pessoa.
De acordo com os especialistas, nos últimos dois anos, verificou-se uma perda no poder de compra do trabalhador, pois enquanto neste período o salário mínimo teve reajuste de 15,98%, os itens que compõem a cesta básica tiveram acréscimo de 57,22% na média geral.
Outro ponto revelado pela pesquisa do Procon, é que a variação de preços dos alimentos chega a 238,64%. Uma das vilãs reveladas pelo levantamento foi a banana prata, cujo quilo foi encontrado de R$ 2,95 até R$ 9,99.
Em março deste ano, o Dieese realizou uma pesquisa que comprovou que os brasileiros utilizam mais da metade do salário mínimo para adquirir os alimentos da cesta. Porém, diante da realidade atual do país, uma família brasileira precisaria receber R$ 6.394 de salário mínimo para arcar com as despesas básicas.
O valor estipulado é 5 vezes maior que o salário oficial vigente, de R$ 1.212.
Para se ter ideia, atualmente, a cesta básica no Brasil custa mais do que o dobro do auxílio concedido pelo governo às familias em vulnerabilidade, que é de cerca de R$ 224.
