Fabricação de etanol de milho cresceu quase 4.000% nas últimas seis safras em Goiás, passando de 10, 2 mil metros cúbicos (10,2 milhões de litros) para 412,6 mil metros cúbicos (412,6 milhões de litros).
Neste ano, houve redução de 6,3% no volume de cana processada devido à renovação dos canaviais, seca e geadas, e maior concorrência com o plantio de grãos.
De acordo com as declarações do presidente do Sifaeg e Sifaçúcar, André Rocha, ao jornal O Popular, o milho registrou aumento da área plantada, não sofreu tanto com problemas climáticos como a cana, e tem mais janelas de safra.
“A cana teve dois anos de clima ruim e renovação de canaviais, além de redução de área e de produtividade, o que afetou a fabricação de etanol.”
A safra goiana de cana é sempre mais alcooleira: enquanto o Brasil produz até 52% de etanol, em Goiás este índice está em 77%. Mas houve uma forte queda do consumo em 2020, por causa da pandemia e em 2021 veio a recuperação, mas não havia cana suficiente para fabricar mais etanol.
Ao contrário da produção de etanol hidratado e de açúcar, houve aumento na fabricação de etanol anidro.
Em Goiás, cinco usinas flex produzem etanol de milho. Para André, o estado está perdendo a oportunidade de produzir mais combustível derivado do grão.
Em 2021, a produção goiana chegou a 412 milhões de litros, já a indústria mato-grossense atingiu 3 bilhões de litros. Este ano, só uma planta no Mato Grosso do Sul produzirá mais etanol que Goiás.
“Estes outros dois estados do Centro-Oeste souberam adotar uma política de incentivo à produção de etanol de milho. Já Goiás mantém uma política de incentivo às exportações do grão”, comenta André.
Para ele, o incentivo ao processamento do grão no estado resultaria no fortalecimento da cadeia produtiva, com maior agregação de valor, e mais geração de emprego e renda.
Na próxima safra, Goiás deve chegar aos 500 milhões de litros de etanol de milho, Mato Grosso do Sul aos 600 milhões de litros e Mato Grosso pode ultrapassar os 3,5 bilhões de litros.