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13/06/2022 às 13h21min - Atualizada em 13/06/2022 às 13h21min

Após quase 10 anos do crime, Sampaio e mais 4 são julgados pela morte do radialista Valério Luiz

A previsão é que o júri dure de três a quatro dias

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Prestes a completar dez anos da morte do radialista Valério Luiz, o acusado de ser o mandante do crime, Maurício Sampaio, e outros quatro réus, são julgados nesta segunda-feira (13), em Goiânia.

A audiência é uma continuação da que foi iniciada em 2 de maio, quando a defesa de Sampaio abandonou o plenário, alegando suposta suspeição do juiz e dos promotores que atuam no caso. A previsão é que o júri dure de três a quatro dias e está sendo acompanhado pela imprensa.

A sessão teve início às 9h46 no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). A defesa de Sampaio solicitou que o réu fosse julgado separado. O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz Lourival Machado. Até o momento, ninguém foi ouvido, apenas a denúncia do Ministério Público foi lida pelos jurados.

Nesta segunda-feira (13), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) emitiu um comunicado informando que foi intimada para atuar em defesa do réu Maurício Sampaio, caso os advogados de defesa não comparecessem ao julgamento. Contudo, após a abertura da sessão, o defensor público designado deixou o plenário. As defesas dos réus seguem acompanhando as etapas iniciais do júri.

Serão ouvidos, além dos réus, os promotores Maurício Camargo, Renata Souza e Sebastião Martins. Ao todo, estão previstas 30 testemunhas, sendo que três delas – pertencentes à defesa do réu Maurício Sampaio -, não compareceram a princípio. O juiz determinou então que elas fossem localizadas, e serão ouvidas a partir das 13h, após uma pausa para o almoço. Jurados e as testemunhas seguem em salas separadas no prédio do Tribunal de Justiça.

Os assistentes de acusação são Valério Luiz de Oliveira Filho - filho do radialista -, Lorena Nascimento e Silva e Jales Rodrigues Naves Júnior.

 

Crime

Valério Luiz de Oliveira, na época com 49 anos, foi morto quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012, no Setor Serrinha, em Goiânia. A motivação do crime seriam as críticas feitas pelo radialista contra a direção do Atlético Futebol Clube, da qual Sampaio fazia parte. De acordo com as investigações, no dia 17 de junho de 2012, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time, Valério teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”.

O caso foi investigado pela Polícia Civil e quatro pessoas, além de Sampaio, foram indiciadas por homicídio e denunciadas pelo Ministério Público de Goiás: o sargento reformado da PM Ademá Figueredo, apontado como o autor dos disparos; o empresário Urbano Malta, acusado de contratar o policial militar; o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado a planejar o crime e Marcus Vinícius Pereira Xavier, que também teria ajudado a planejar o homicídio. Este último está em Portugal, mas deverá participar de forma on-line do julgamento.

Composição do júri

Após o sorteio, o corpo de jurados do júri foi composto exclusivamente por homens. Este primeiro dia deve durar cerca de 9 horas, e a expectativa é que todas as cinco testemunhas da acusação sejam ouvidas.

Adiamentos

O júri havia sido marcado para junho de 2020, mas, em virtude da pandemia de Covid-19, foi adiado para março de 2022. Na data prevista, o julgamento foi novamente adiado depois que o advogado de defesa de Sampaio, Ney Moura Teles, renunciou ao caso. No dia 2 de maio, os advogados informaram que iam se ausentar do plenário até que fosse julgada no Conselho Nacional de Justiça a alegação de parcialidade do juiz Lourival Machado da Costa, levantada pela defesa.

Remarcado para esta segunda-feira (13), a defesa de Sampaio solicitou novo adiamento. O advogado Luiz Carlos Silva Neto argumentou que no mesmo dia precisaria estar no Rio de Janeiro para atuar na defesa de um cliente que está preso e vai passar por uma audiência de instrução e julgamento. O pedido, no entanto, foi negado.

Silva Neto chegou a afirmar que não compareceria ao julgamento, seguindo também com a estratégia de questionar a imparcialidade do juiz. O pedido de suspeição feito pela defesa contra o magistrado foi arquivado no CNJ e não deve avançar no Judiciário.





 

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