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28/06/2022 às 23h30min - Atualizada em 29/06/2022 às 00h00min

Pastor investigado por supostos desvios do MEC ora por ‘vitória financeira em tempo de crise’ durante culto

Na semana passada, ele foi alvo de operação da PF que apura corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação. Vídeo mostra momento da oração que foi realizada a fiéis de igreja em Goiânia.

G1 Brasil
https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2022/06/28/pastor-investigado-por-supostos-desvios-do-mec-ora-por-vitoria-financeira-em-tempo-de-crise-durante-culto.ghtml

Na semana passada, ele foi alvo de operação da PF que apura corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação. Vídeo mostra momento da oração que foi realizada a fiéis de igreja em Goiânia. Pastor investigado por supostos desvios do MEC ora por ‘vitória financeira' durante culto
O pastor Gilmar Santos, que é investigado por supostos desvios no Ministério da Educação (MEC), orou por "vitória financeira em tempo de crise, durante culto realizado nesta terça-feira (28), em uma igreja de Goiânia. Vídeo mostra momento da oração que foi realizada a fiéis de igreja em Goiânia.
"Glória a Deus, sejamos abençoados financeiramente, Deus nos dê vitória financeira nesse tempo de crise", disse o pastor.
A fala de Gilmar Santos aconteceu durante um culto no Ministério Cristo para Todos, em Goiânia, e foi transmitida pelas redes sociais do pastor na noite de terça-feira (28). O pastor também publicou trecho da oração em suas redes sociais.
Mesmo tendo sido solto há apenas seis dias, o pastor não comentou sobre a prisão ou a investigação durante a oração.
O g1 pediu uma nota ao Ministério da Educação no sábado (25), às 9h, por e-mail, sobre a suposta influência que o pastor teria na pasta e aguarda retorno. Na época em que o escândalo foi revelado, o religioso negou participação.
Pastor Gilmar Goiânia
Reprodução/Instagram
'Amigos do pastor Gilmar'
Gilmar Santos é um dos investigados por suposto envolvimento em um esquema para liberação de verbas do Ministério da Educação para municípios – em que, segundo prefeitos, houve pedidos de propina para liberação de verba da pasta.
A atuação de Gilmar e do também pastor Arilton Moura no Ministério da Educação – mesmo sem terem cargos no órgão – foi revelada pelo jornal "O Estado de São Paulo" em março.
Dias depois, o jornal "Folha de S.Paulo" revelou uma gravação em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse, à frente do ministério, tinha como prioridade "atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", em referência a Gilmar Santos.
Segundo o ex-ministro da Educação, a atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF abriu um inquérito para investigar o caso e, na semana passada, fez buscas e prendeu Gilmar, Arilton, o ex-ministro Milton Ribeiro, o ex-assessor do MEC Luciano Musse e Helder Diego da Silva Bartolomeu, genro do outro pastor, Arilton Moura. Todos foram soltos após uma decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Segundo as investigações da Polícia Federal, o pastor Arilton Moura pediu R$ 100 mil ao empresário José Edvaldo Brito, em troca da realização de um evento em Odessa com a participação de Milton Ribeiro, então ministro da Educação.
O empresário disse que fez os depósitos a pedido do pastor Arilton Moura. Segundo ele, os recursos seriam para ações filantrópicas.
Documentos enviados pelo empresário José Edvaldo Brito à Controladoria-Geral da União (CGU) mostram a realização de depósito de R$ 17 mil na conta de Wesley Costa de Jesus, genro do pastor Gilmar Santos, e de R$ 20 mil para Musse (o ex-assessor do MEC); e R$ 30 mil Bartolomeu.
O evento do ministro Milton Ribeiro com prefeitos da região de Nova Odessa, aconteceu em 21 de agosto, 16 dias depois dos pagamentos.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2022/06/28/pastor-investigado-por-supostos-desvios-do-mec-ora-por-vitoria-financeira-em-tempo-de-crise-durante-culto.ghtml

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