13/09/2022 às 17h28min - Atualizada em 13/09/2022 às 17h28min

Hoje é comemorado o Dia Nacional da Cachaça

O dia é celebrado hoje, pois em 13 de setembro de 1661 acontecia a famosa rebelião de produtores brasileiros chamada Revolta da Cachaça

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O dia é celebrado hoje, pois em 13 de setembro de 1661 acontecia a famosa rebelião de produtores rurais brasileiros chamada Revolta da Cachaça

No Dia Nacional da Cachaça comemorado nesta terça-feira (13), o setor celebra o impulsionamento no mercado externo e interno.

A variação percentual das exportações de cachaça realizadas de janeiro a agosto de 2022, no comparativo com 2021, apresentou crescimento de 62,49 % em valor (US$ 13,10 milhões) e de 26,84% em volume (5,9 milhões de litros).

Em 2021, nesse mesmo período, foram exportados o equivalente a US$ 8.066.791,00 em valor, e 4.710.930 litros em volume. Os dados são do Comex Stat (Ministério da Economia), compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), entidade representativa do setor.

Atualmente, a cachaça é exportada para 66 países, principalmente para os Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Itália.

Além disso, no consumo interno, o tamanho do mercado da cachaça também apresenta evolução. De acordo com relatório anual de bebidas alcóolicas da Euromonitor International, entre 2021 e 2020, o crescimento foi de 30% em valor (atualmente, um mercado de R$ 15,55 bilhões) e 18% em volume (totalizando 469.725,2 milhões de litros).

“Os números precisam ser comemorados e a perspectiva do setor – tanto no mercado externo, quanto interno – é fechar o ano com dados superiores a 2021. Mas é importante alertar que as perdas enfrentadas durante a pandemia foram significativas. Em especial no mercado interno, quando o fechamento de bares e restaurantes, e outras restrições ao consumo de bebidas alcoólicas, afetou diretamente o mercado da Cachaça, que tem nesses locais os seus principais canais de distribuição. Esperamos que o cenário positivo continue, e que tenhamos mais motivos para comemorar”, enfatiza Carlos Lima, diretor executivo do IBRAC.

“O momento pós-pandemia pode oferecer grandes oportunidades para o setor de cachaça, à medida que os consumidores se sentem mais confortáveis em voltarem a consumir em bares e restaurantes. Teremos ainda um verão ímpar, com a Copa do Mundo e a volta do Carnaval, criando um cenário que, se bem trabalhado, podemos ver a cachaça ser alavancada como um dos grandes destilados do mercado nacional”, destaca Rodrigo Mattos, analista de Alcoholic Drinks da Euromonitor International.

O Dia Nacional da Cachaça é uma iniciativa do IBRAC, e já vem sendo comemorado desde 2009 pelo setor produtivo. O projeto de lei que estabelece o 13 de setembro como Dia Nacional da Cachaça está em tramitação no Senado Federal.

A escolha da data tem um motivo histórico: em 13 de setembro de 1661 acontecia a famosa rebelião de produtores brasileiros chamada Revolta da Cachaça.

Em 1635, quando os portugueses notaram que o mercado da Cachaça crescia e o produto tomava o lugar da bagaceira, produzido por eles a partir do bagaço da uva, o rei de Portugal proibiu a produção e a comercialização da Cachaça. Na época, os portugueses chegaram a ameaçar produtores de deportação, apreensão do produto e destruição dos alambiques. O cenário culminou no movimento liderado pelos produtores, o que abriu caminho para a legalização da bebida por Ordem Régia.

“A Cachaça é símbolo da resistência do povo brasileiro. A bebida enfrentou preconceitos desde a época do Brasil colônia, período no qual teve a sua comercialização proibida por várias vezes. Com mais de 500 anos de história, está ligada aos acontecimentos do Brasil. Considera-se o primeiro destilado das Américas. Inclusive, tendo sido produzida, pela primeira vez, de forma intencional, em algum engenho de açúcar do litoral brasileiro, entre os anos de 1516 e 1532. Isso antes mesmo do aparecimento do Pisco, da Tequila e do Rum”, explica o executivo do IBRAC.

Contudo, apesar dos números favoráveis para o setor, o executivo do IBRAC destaca que os esforços da categoria estão relacionados às políticas tributárias nas esferas federal e estadual.

“Um dos principais entraves para a categoria é a tributação, principalmente nos estados em que há a sistemática da substituição tributária relacionada ao ICMS. O fim dessa sistemática tem potencial para impactar positivamente uma parcela considerável da categoria, principalmente de micro e pequenos produtores. Alguns estados já acabaram com essa sistemática para algumas bebidas e é importante que o mesmo aconteça para a Cachaça e em uma escala nacional. Saliento que a Cachaça é uma bebida genuinamente brasileira, sendo a primeira Indicação Geográfica do país, e que gera cerca de 600 mil empregos diretos e indiretos”, frisa Lima.

“Neste ano, no qual celebramos os 200 anos da independência, precisamos reforçar a necessidade de um olhar atento, em reduzir esses entraves. Assim, garantimos a sustentabilidade do setor tanto no mercado interno quanto no externo”, completa.

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