“Não quero ser melhor que ninguém, só quero dar o meu melhor e ser eu mesmo”, diz o garoto.
O diagnóstico veio aos 5 anos de idade depois que os pais e também os professores de Isaque notaram que o menino lia, questionava e interagia bastante nas aulas e em casa.
"Aos 8 meses, ele já falava palavras de forma clara como meu nome, da mãe, Vanessa, e dos tios. Quando ele completou 1 ano e meio já falava bastante coisa e lia algumas frases, e textos curtos. Então, sempre vimos que ele tinha habilidades além da idade dele", disse o advogado aposentado e pai, Harley Silva Oliveira.
O pai de Isaque conta que o filho sempre se interessou por assuntos mais complexos e não infantis, e que decidiu, aos 3 anos, escrever um livro.
“Ele disse que iria falar e eu podia digitar no computador a história do maior acidente radioativo do Césio que aconteceu aqui em Goiânia. Ele lia livros e assistia documentários sobre o assunto. O interesse sempre partiu dele, nunca dissemos nada”, disse Harley.
O menino conseguiu finalizar o livro "O maior acidente radioativo de Goiânia" de 26 páginas em dois dias. Ele conta que o filho chamava atenção das professoras na escola que comentavam que ele questionava e discutia muitos assuntos.
O pai do garoto contou que decidiu levá-lo a um neuropediatra que fez o encaminhamento para um neuropsicólogo. A partir daí, ele foi diagnosticado com altas habilidades e os testes de raciocínio deram um resultado superior da média.
Pai Harley Oliveira (direita) e mãe Vanessa Crispim (esqueda) com o filho Isaque em Goiânia — Foto: Harley Oliveira/Arquivo pessoal
“Sempre ficamos surpresos com as habilidades dele. Ele pensa muito rápido e me corrige quando falo alguma palavra ou informação errada. É algo dele, do perfil dele. Enquanto os colegas brincam de carrinho ele fala sobre economia e aumento da gasolina. É incrível”, relata o pai.
O segundo livro "O cientista sapo" foi escrito nas férias de julho deste ano. Isaque conta a história de um cientista que busca a cura de doenças em plantas originárias do Rio de Janeiro. O exemplar tem 24 páginas e foi escrito pelo garoto em uma semana.
“Entramos com um processo no Ministério Público para que ele avance dois anos na série atual que ele está, o 2º ano. A memorização dele é muito boa. Queremos que a sociedade também reconheça essas habilidades”, conta o pai.
Há dois anos, Isaque recebeu um convite para estudar na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas) para fazer um curso de extensão online.
“Ele assiste aulas de matemática, biologia, e outras, mas em assuntos mais aprofundados. Ele tem mais interesse em política, geografia e literatura, e são essas matérias de maior interesse que são mais exploradas”, diz o pai.
O menino já recebeu convites para fazer cursos de extensão em uma universidade da Espanha e também no Instituto Rogério Steinberg, no Rio de Janeiro.
“Ele já me contou que pretende ser médico e dentista, e já começou a escrever seu terceiro livro. O tema abordado será sobre investigação, detetives e mistérios. Nas horas vagas, ele vê filmes e lê livros sobre biografias, política, economia e faz tênis, e xadrez”, conta o pai.
Com informações do g1 Goiás.