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11/10/2022 às 10h34min - Atualizada em 11/10/2022 às 10h34min

Marido de mulher que matou filhas é investigado por crime sexual, diz delegado

O marido da mulher que assumiu que matou as duas filhas é investigado por crime sexual contra a esposa, diz delegado.

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O marido da mulher indiciada por matar as duas filhas em Edéia está sendo investigado por crime sexual contra a esposa, afirma o delegado Daniel Moura. Ele conta, ainda, que as foi durante as investigação do homicídio que surgiram informações sobre a possível existência de um relacionamento abusivo.

“Houve indícios no inquérito que ela se sentia pressionada psicologicamente a se relacionar com o marido”, explicou o delegado.

De acordo com a polícia, o inquérito em questão ainda não foi aberto. Além disso, Daniel Moura ressaltou que o caso não tem relação com as investigações da morte das pequenas Maria Alice Alves de Souza Barbosa e Lavínia de Souza Barbosa. Como o nome do homem não foi divulgado, não foi possível localizar sua defesa para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

O delegado ainda detalhou que como os indícios do crime contra a dignidade sexual foram identificados pelos depoimento colhidos no decorrer da investigação do homicídio, “foram extraídas cópias das declarações prestadas no outro inquérito policial”.

“Vai ser averiguado se houve crime contra a dignidade sexual e, em caso positivo, qual crime”, esclareceu. O delegado ainda mencionou que, durante os depoimentos, também tiveram relatos de agressões físicas mútuas entre o casal.

Izadora Alves de Faria, de 30 anos, foi indiciada pela Polícia Civil no último dia 6 de outubro. Ela chegou a confessar o crime e contou em depoimento que ela pediu ajuda para fazer tratamento psiquiátrico antes das mortes, mas não fez.

“A mãe disse que o casal tinha muitas brigas, mas com as crianças a relação era tranquila, ela não era violenta com as meninas. Ela também já tinha pedido para ser internada, mas a família não internou”, detalhou o delegado.

A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) informou que, a pedido da família, representa legalmente Izadora Alves de Faria, a fim de garantir o seu amplo direito à defesa, em virtude da sua hipervulnerabilidade. Na última semana, A DPE ingressou com pedido de transferência da mulher para hospital psiquiátrico, o que foi acolhido pelo juízo. Desde a terça-feira (4), a defensoria também atua em sua defesa no âmbito criminal.

Ela está internada no Hospital Psiquiátrico Wassily Chuc, em Goiânia. Izadora foi transferida do presídio de Israelândia, onde estava presa, após tentar se matar dentro da cela. A diretoria do presídio alegou no processo que o estabelecimento prisional não possui “estrutura física e humana para custodiar pessoas presas com o quadro de saúde/transtornos mentais”, como o de Izadora Alves.

Com o indiciamento, Izadora Alves de Faria, de 30 anos, pode ser condenada a 100 anos de prisão. O delegado contou que ela pode pegar de 12 a 50 anos de pena por cada morte. A Polícia Civil apurou que a mulher envenenou, afogou e depois deu facadas nas filhas dentro de casa.

As meninas Maria Alice Alves de Souza Barbosa, de 6 anos, e Lavínia Souza Barbosa, de 10 anos, foram encontradas mortas pelo pai, no dia 27 de setembro deste ano. Pelas redes sociais, ele lamentou a perda das filhas.

O pai das crianças disse à polícia que saiu para trabalhar pela manhã e estranhou quando voltou e encontrou o portão trancado. Logo depois, ele viu vestígios de sangue e achou as meninas em um colchão.

“O pai estranhou, porque ele sempre deixa o portão aberto. Ele chamou pela esposa, ninguém respondeu. Quando ele abriu, ele viu que tinha um colchão com cobertor na área da frente. Quando ele tirou o cobertor, ele viu que as duas filhas estavam mortas”, disse o delegado.

Depois de matar as filhas, a mulher fugiu de casa e foi encontrada horas depois pela Polícia Militar. Izadora foi achada com a ajuda de cães farejadores em um matagal próximo à sua casa.

Segundo o delegado, ela tinha sinais de ferimentos que indicam que ela tentou suicídio. A prisão em flagrante foi feita, e ela foi levada para um hospital, onde ficou escoltada e teve alta na manhã de quarta-feira, quando prestou depoimento à polícia.

“Ela confessou o crime, o modo como ela matou as crianças. Segundo ela, de início, ela tentou dar veneno, mas como ela viu que não iria funcionar, ela levou as crianças para uma caixa d’água, que fica em frente à casa, e tentou eletrocutar as crianças com uma extensão ligada à rede elétrica. Como ela viu que não ia dar certo, ela desligou a extensão e foi lá na caixa d’água e afogou as crianças”, disse.

*Com informações de g1


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