22/10/2022 às 23h49min - Atualizada em 23/10/2022 às 00h00min

Feira de São Joaquim, em Salvador, é a maior feira livre da Bahia e resiste há mais de meio século

Feira nasceu na Cidade Baixa e fornece alimento para toda população de baixa renda de Salvador e de alta renda também. Lugar tem uma mistura de sabores, crenças e histórias de luta.

G1 Brasil
https://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2022/10/22/feira-de-sao-joaquim-em-salvador-e-a-maior-feira-livre-da-bahia-e-resiste-ha-mais-de-meio-seculo.ghtml

Feira nasceu na Cidade Baixa e fornece alimento para toda população de baixa renda de Salvador e de alta renda também. Lugar tem uma mistura de sabores, crenças e histórias de luta. Feira de São Joaquim, em Salvador, é a maior feira livre da Bahia e resiste há mais de meio século
O Globo Repórter desta sexta-feira (21) mostrou grandes mercados que contam e recontam as histórias das cidades, como a de Salvador, que é dividida em dois níveis: a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Elas têm características diferentes, mas várias coisas unem a parte de baixo e a parte de cima: o alimento fresquinho, o mar, a arte, o turista apaixonado e o Elevador Lacerda, um cartão postal.
Grandes mercados têm o jeito da cidade onde surgiram; veja a íntegra do Globo Repórter

A repórter Camila Marinho conversou com a cozinheira e comunicadora baiana Lili Almeida, que utiliza o Elevador Lacerda quase todos os dias como meio de transporte. Ele liga a Cidade Alta com a Cidade Baixa.
A Feira de São Joaquim, a maior feira livre da Bahia, nasceu na Cidade Baixa. Lili conta que a feira fornece alimento para toda população de baixa renda da cidade e de alta renda também. A feira primeiro era chamada de Armazém do Cais de número sete, virou Feira do Sete - quando vendia peixe pescado na baía e nos rios do Recôncavo - e depois Água de Meninos, porque havia uma bica onde os meninos que circulavam na feira tomavam banho, mas consagrou-se como Feira de São Joaquim e resiste há mais de meio século.
“Isso daqui é um coração batendo no centro da cidade e irrigando o corpo que é Salvador”, diz Lili Almeida, comunicadora.
A resistência e a história da feira têm muito drama, como um grande incêndio.
“Esse grande incêndio foi, como dizem os antigos, um incêndio criminoso. E muita gente perdeu tudo. Ficaram zerados, sem nada. Fomos transferidos para aqui. Os próprios feirantes foram fazendo suas barracas de madeira, como podiam. Cada um fez o que pode na época. A estrutura que pode”, conta Marcilio Costa, comerciante.
Salvador é dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa
Para entender a arquitetura da feira, é preciso entender a geografia humana de Salvador, dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa.
A Cidade Alta, desde a chegada do conquistador europeu, sempre foi um lugar que concentrou famílias de alta renda. E a Cidade Baixa sempre foi um lugar de força de trabalho, de trabalhadores braçais, estivadores que faziam os alimentos chegarem na parte alta da cidade.
Há uma grande magia em Salvador, que mistura cores, sabores e religiões que por anos conviveram harmonicamente. A mistura de raças e credos é tão forte na Bahia que a repórter Camila Marinho presenciou um momento em que acontecia um culto ao candomblé na praia, com oferendas, e uma missa católica na Igreja de Monte Serrat. Tudo de forma pacífica e respeitosa. Cada um com sua fé e seu trabalho.
O comerciante Marcilio Costa começou adolescente, empurrando carrinho de mão na feira. O pai dele disse para ele pegar o carrinho de mão e se virar aí na feira. Hoje ele é dono de uma das maiores loja de artigos religiosos do lugar.
Feira de São Joaquim
Globo Repórter
A cidade de Salvador inspira cultura e beleza. Ao longo dos séculos, a cidade absorveu dos indígenas locais a tradição das folhas e ervas. Acolheu sertanejos, africanos, portugueses, espanhóis e quem mais chegasse. Na década de 60, havia um intenso comércio marítimo, produtos que vinham das ilhas da Baía de Todos os Santos e do Recôncavo Baiano.
Há muitos anos atrás, os saveiros eram o principal meio de transporte de mercadorias para a Feira de São Joaquim. Hoje, esses produtos já chegam pelas estradas, mas ainda há gente que mantém essa tradição.
As ruas são estreitas e a movimentação é intensa. Se o trânsito fica lento, o motivo pode ser a performance de artistas que vêem na feira um lugar perfeito para divulgar seus trabalhos.
Na Cidade Alta, no Pelourinho, gente de todo mundo vai conhecer a mistura de ritmos da Bahia, como o coreano dançarino e influenciador Kwon Ming-Sung, que ficou famoso por dançar pagode baiano em seus vídeos, nas redes sociais. Ele é um apaixonado pela a alegria de Salvador.
"As pessoas estão sempre sorrindo, sempre felizes, todos! Homens, mulheres, meninas e meninos”, diz Kwon Ming-Sung.
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Fonte: https://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2022/10/22/feira-de-sao-joaquim-em-salvador-e-a-maior-feira-livre-da-bahia-e-resiste-ha-mais-de-meio-seculo.ghtml

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