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07/11/2022 às 09h41min - Atualizada em 07/11/2022 às 09h41min

Morre Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, aos 53 anos

Pastor sofreu infarto em casa, diz assessoria

O ex-ator e atual pastor Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, morreu neste domingo, aos 53 anos. A informação foi divulgada pelo fundador da Igreja Batista da Lagoinha, Márcio Valadão, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, e posteriormente confirmada pela assessoria da igreja.
 
Em nota, a assessoria informou que Guilherme de Pádua sofreu um infarto em casa, em Belo Horizonte, e não resistiu. O ex-ator compunha o time pastoral da Lagoinha desde sua ordenação, em 2017. “A Igreja Batista da Lagoinha envia seu abraço e suas mais sinceras condolências à família de Guilherme de Pádua, que também faz parte da nossa. Lamentamos sua morte precoce”, diz o texto.
 
Mais cedo, na transmissão ao vivo, o pastor Márcio Valadão contou como soube da morte de Pádua. “Pouco antes das 22h, recebi o telefonema de uma irmã falando que um dos nossos pastores acabou de falecer. Pra mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã dirigi o culto e ele estava com a esposa no primeiro banco”, relatou.
 
Valadão também citou o assassinato de Daniella Perez, cometido por Guilherme. “Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniella Perez. Foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele estava dentro de casa, caiu e morreu. Acabou de morrer”, disse o pastor na live.
 
O assassinato de Daniella Perez
Daniella Perez, filha da escritora Glória Perez, foi assassinada por Guilherme de Pádua e a sua então esposa, Paula Nogueira Thomaz, em 28 de dezembro de 1992. Na época do crime, Daniella, que tinha apenas 22 anos, protagonizava um par romântico com Pádua na novela De Corpo e Alma, escrita por Glória. O caso voltou à tona recentemente com o lançamento da série Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, da HBO Max.
 
O corpo de Daniella foi encontrado em um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com os legistas, ela foi golpeada com 18 facadas de punhal, que atingiram seu pulmão, coração e pescoço. Segundo a acusação, o crime teria sido motivado por inveja, cobiça e vingança, pois Guilherme de Pádua assediava Daniella em busca de uma maior participação de seu personagem na novela.
 
As autoridades policiais descobriram que o ator e a esposa estavam envolvidos no assassinato graças a uma testemunha que anotou a placa do carro vista no local do crime.
 
Cinco anos após o crime, em janeiro de 1997, o julgamento aconteceu e ambos foram condenados por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima. Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos, e Paula, a 18 anos e seis meses. Grávida durante o assassinato, Paula deu à luz ao filho do casal em maio de 1993, enquanto estava presa. Ela e o ator se separaram pouco depois.
 
A morte da atriz causou grande comoção popular. A repercussão do caso e a indignação das pessoas contribuíram para que a mãe da vítima, Glória Perez, conseguisse levantar um abaixo-assinado com 1,3 milhão de assinaturas, pedindo a inclusão do homicídio qualificado na lista de crimes hediondos.
 
Em 1994, a Lei 8.930/1994 alterou a legislação brasileira e incluiu o homicídio qualificado, tipo de crime no qual se enquadra o assassinato da atriz, no rol de crimes hediondos. Depois disso, a resposta estatal passou a ser mais severa para todos que cometem crimes semelhantes.
 
Pádua cumpriu um terço da pena e foi solto em 14 de outubro de 1999, após ficar 6 anos e 9 meses na cadeia. Já separado de Paula Tomaz, ele se casou, em março de 2006, com a produtora de moda Paula Maia, 14 anos mais nova e que havia conhecido na igreja que ambos frequentavam.
 
O casamento chegou ao fim em 2014. Três anos depois, em março de 2017, Pádua casou-se pela terceira vez, com a estilista Juliana Lacerda, com quem vivia até hoje. Em dezembro do mesmo ano, se tornou pastor na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, cidade onde nasceu em 2 de novembro de 1969. (Agência Estado)


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