02/02/2023 às 23h41min - Atualizada em 03/02/2023 às 00h00min

Glória Maria conquistou a admiração e a amizade dos colegas de trabalho 

É uma legião de felizardos que puderam um dia trabalhar ao lado dela.

G1 Brasil
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É uma legião de felizardos que puderam um dia trabalhar ao lado dela. Glória Maria conquistou a admiração e a amizade dos colegas de trabalho 
Glória Maria conquistou o respeito de feministas antirracistas, das maiores autoridades e dos cidadãos comuns. A Glória conquistou a admiração de artistas e de atletas. Só faltou dizer que ela conquistou pra sempre a admiração, o respeito, o carinho e a amizade de uma legião de felizardos que puderam um dia trabalhar ao lado dela.
“A primeira vez que eu encontrei a Glória Maria foi em uma premiação. E eu comecei a chorar quando encontrei a Glória. E aí ela me abraçou, e foi intenso, porque na premiação a gente se emocionou. Então eu acho que eu e os outros colegas, somos sementes da Glória. É o exemplo que eu quero guardar aqui e seguir dessa mulher, que veio, que foi intensa, que abriu portas e que viveu, viveu! E ela vive em mim”, diz Maju Coutinho.

Nesta quinta-feira (2), no encerramento do Bom Dia Brasil, Heraldo Pereira lembrou que Glória foi um exemplo para todos os colegas.
“A Glória faz parte da minha vida, faz parte da minha carreira, faz da minha vida, na minha Ribeirão Preto. Os primeiros contatos com a Glória foram desde o começo da minha carreira, na minha cidade natal. Nesse momento, a minha mãe está em casa, assistindo. Ela é fã da Glória Maria, todos os nossos parentes, todos os nossos familiares de Ribeirão Preto e é muito difícil. Eu tive uma longa vida com a Glória Maria, ainda recentemente nos meus últimos, últimas passagens em que ela esteve na TV Globo do Rio de Janeiro, tive com ela, perguntando das filhas, das meninas. Ela é uma referência pra nós como jornalistas, ela é uma referência como colega e ela é uma referência para o nosso país. Um momento difícil para todos nós”, afirmou Heraldo Pereira.
Leilane Neubarth se emocionou nesta quinta-feira, na GloboNews.
"Tá muito difícil pra mim. A Glória sempre foi, além de muito amiga, uma inspiração, o nosso farol aqui dentro. É a pessoa que sempre estava cheia de ânimo em todas as matérias. Conviver com a Glória era aprender com ela todo dia", disse.
“Eu tive a oportunidade e a honra de trabalhar por muitos anos com a Glória Maria no Fantástico e ver de perto a sua força, a sua dedicação, a sua coragem e essencialmente o seu amor pelo jornalismo, que sempre foi contagiante pra quem conviveu com ela”, diz Renata Ceribelli.
“Iluminada, provocadora, indomável, principalmente destemida. Glória encarava qualquer desafio, na vida e na profissão. Com tantas histórias dessa mulher lutadora que não se acomodava diante de injustiças, diante de adversidades. Aventurou-se no Show da Vida e a saudade será eterna”, diz Luiz Nascimento, ex-diretor do Fantástico.
“Defina Glória Maria numa palavra: força de vontade. Ela entrou na minha sala com uma explosão de vida, ela não entrou como uma pessoa que quer um estágio, ela não entrou pedindo, ela entrou impondo. Eu fiquei fascinado com ela e nossa amizade começou ali, naquele momento. A primeira matéria dela foi do desabamento do viaduto Paulo de Frontin. Mas eu fiquei assustado, porque ela fez como se tivesse dez anos de televisão. Ao estrear, ela já era uma das melhores jornalistas da TV Globo”, afirma o ex-vice-presidente de Operações da TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.
“Ela dizia que eu que ensinei ela a pegar no microfone. Mas não é verdade. Não é verdade porque ela nasceu com o dom da comunicação”, diz o repórter cinematográfico Orlando Moreira.
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“A Glória Maria foi uma pessoa incrível, amiga, parceira do cinegrafista, ela não deixava o cinegrafista abandonado em lugar nenhum, ela era superamiga, e outra coisa: ela tinha uma capacidade de superar o cansaço... 24 horas, ela ficava acordada, era mais fácil o cinegrafista apagar e ela ficar”, diz o repórter cinematográfico Marco Aurélio.
“Viajar com a Glória me trouxe muita cultura. Ela queria sempre entrar nos países, no interior do país, no coração do país, descobrir a cultura das pessoas que moravam naquela região. Ela não ficava na coisa do turismo, ela queria mostrar a alma daquele povo", diz o repórter cinematográfico Guilherme Vizane.
“Quando eu cheguei ao Globo Repórter ela abriu caminho e ela falou: ‘vem, vem junto’. Eu queria ter tido mais tempo com ela, porque eu acho que a gente teria feito coisas muito legais juntas. Mas ela sempre vai estar perto, porque o Globo Repórter é a cara dela”, diz Sandra Annenberg.
“Alguém com quem eu tive o prazer de fazer uma das disputas mais saudáveis que existe, que é: que lugar você conhece no mundo? Quem conhece mais? Glória, quando eu chegar no número de países a que você já viajou eu vou celebrar pra você”, diz Zeca Camargo.
“Sempre foi uma profissional excelente, colega maravilhosa. Ela viveu gloriosamente”, diz Cid Moreira.
Quem teve o prazer de encontrar Glória Maria pelos corredores da Globo e de ter a companhia dela no camarim, conheceu uma explosão de vitalidade. Chegava apressada, fazia sozinha a própria maquiagem, enquanto conversava com todo mundo que estava por ali. Ela realmente preenchia o ambiente.
“A gente era amiga... Vai deixar saudade. Ela falou pra minha filha assim: "você veio nesse mundo pra crescer, pra vencer, porque você é filha da minha Marion". E eu falo isso para as filhas delas, elas vão vencer, porque elas são filhas da minha Glória”, diz a camareira Marion Gomes.
“Ela era cheia de vida, brincalhona, estava sempre com alegria, abraçando e beijando os amigos. Eu tenho um vídeo gravado na redação do Globo Repórter onde ela me ameaça de morte, se eu contasse a idade dela”, lembra Francisco José.
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Há quase dois anos, Glória fez uma visita à redação do Jornal Nacional e trouxe o bom humor que era sua marca registrada.
“Estar com a Glória era aquele turbilhão, aquele sorriso aberto dela, sempre mostrando que tinha muita energia, sempre muita disposição de seguir adiante no jornalismo, na carreira, na vida”, diz Julio Mosquéra.
“Com a Glória surgiu aquela história do repórter participativo, né. Não é aquele só o repórter que apontava, é aquele repórter que fazia também. Ela mergulhava na notícia, e isso iluminou nosso caminho”, diz André Junqueira.
“Se hoje eu, uma mulher negra, uma mulher preta, estou aqui cobrindo política no Congresso Nacional, eu devo muito, é claro, a Glória Maria, que abriu esse espaço para todos nós, jornalistas homens, jornalistas mulheres e, principalmente, jornalistas negros. E além de abrir esse espaço, a Glória Maria mostrou pra todos nós que nós podemos, que nós temos o direito de ocupar esse espaço”, afirma Zileide Silva.
“Ela mostrou que esse lugar também nos pertence e nos ensinou que a vida, apesar de todas as dificuldades que a gente enfrenta, deve ser vivida com força, coragem e um sorriso no rosto”, diz Pedro Lins.
“Eu olhava para ela, na tela e eu dizia: "é possível". A Glória, ela tinha... Ela deixa uma importância no imaginário, porque era muita representatividade, num momento em que todos nós estávamos ávidos. A gente queria se ver”, diz Alexandre Henderson.
“Mais do que falou, mostrou claramente que é possível estar onde a gente quiser, independentemente da cor da nossa pele. Vai ser para sempre uma referência nos cursos de jornalismo”, afirma Fred Ferreira.
“A Glória Maria abriu caminhos e oportunidades para gerações de jornalistas, sempre com um jeito humilde e único de fazer perguntas e respeitar o seu entrevistado”, diz Marcio Bonfim.
“Ela tinha um jeito muito peculiar de contar as histórias. E isso nos contagiava. Além do que, trabalhar com a Glória era um enorme prazer. Com a Glória não tinha não. A resposta geralmente com a Glória era ‘sim, eu topo o desafio’. Obrigado Glória por topar tantos desafios e ajudar a construir tantas coisas lindas”, diz o ex-diretor-geral da TV Globo, Carlos Henrique Schroder.
“Nada era ensaiado, tudo era natural com ela. Ela não decorava um texto, ela ia falando aquilo conforme as coisas iam aparecendo, iam surgindo, e as pessoas gostavam disso, se sentiam iguais a ela. Acho que está aí uma das coisas que fez dela se tornar essa pessoa tão grande na reportagem”, afirma o repórter cinematográfico Lúcio Rodrigues.
“Não ter medo de falar, falar com o coração né, estar ali pronta para qualquer situação pra qualquer momento né, para compartilhar as boas experiências, para compartilhar também as dificuldades de que nada é fácil, mas ao mesmo tempo é possível”, afirma Marcelo Pereira.
“Em uma entrevista ou outra alguém sempre me perguntavam 'qual a sua referência?' e a Glória sempre estava lá. E em uma dessas ocasiões ela me escreveu me agradecendo, a gente conversou um pouquinho, se fortaleceu como as mulheres pretas sempre fazem quando se encontram pra que a caminhada continue acontecendo como a gente espera. Mas eu guardo comigo um desejo que eu não vou realizar, não nessa existência, que é perguntar pra ela: 'como é que você conseguiu passar por tanta coisa?' Ainda que eu não saiba que tanta coisa foi essa, foi muita coisa”, diz Aline Midlej.
“A Glória Maria era uma força da natureza, um furacão em forma de mulher, a presença dela era avassaladora, onde quer que ela chegasse. Lembro que a primeira vez que eu encontrei com a Glória, fazendo uma matéria para o Fantástico, eu não tive palavras, eu só conseguia admirar aquela lenda que estava ali perto de mim. E as lendas não morrem”, afirma Beatriz Castro.
"Ela era a definição de mulher empoderada muito antes da gente conhecer essa expressão. E como jornalista, um dos maiores nomes da história do nosso jornalismo. Um dos maiores nomes da história da nossa televisão. Construiu uma carreira com um estilo que é só dela", diz Tadeu Schmidt.
“Todo mundo se sente íntimo de Glória Maria como se fosse alguém da família, porque nós temos a obrigação de estar à altura da herança dela. Que a morte dela seja tão significativa quanto foi a vida e que a gente leve a diante esse compromisso com a liberdade, com a autenticidade, com a honestidade e com o gosto pela vida, pelo conhecimento. Agora, Glória só teve ela, só teve uma. Vamos ser fiéis ao seu legado”, diz Pedro Bial.
“Uma rainha do telejornalismo que encantou todos nós, que marcou sua história, que inspirou todas nós”, diz Patricia Poeta.
“A Glória foi uma pessoa que viveu intensamente, fez tudo que quis, todos seus sonhos ela tentou realizar e isso era uma grande qualidade dela”, afirma Ilze Scamparini.
“Eu tô na Bahia, em Salvador, onde nasceram as filhas de Glória. As herdeiras de Glória. Ela tem duas herdeiras, mas ela tem muito mais. Todas nós, mulheres negras, jornalistas somos herdeiras do que Glória fez pelo jornalismo brasileiro”, diz Flávia Oliveira.
“A Glória teve a vida que ela quis, foi livre pra amar quem ela quis, pra usar a roupa que ela quis, pra ter a idade que ela quis. E quando a doença chegou e tirou essa liberdade dela, ela simplesmente partiu e partiu ainda muito cedo e deixou pra nós essa lembrança de como realmente nós devemos viver as nossas vidas”, diz Fátima Bernardes.
“Eu tenho uma imagem muito forte que me vem à memória. Ela vindo pelos corredores, sempre, ou nas ruas, onde a gente se encontrava, ela vinha saltitando, como se tivesse numa velocidade maior que a nossa. Eu tenho certeza de que onde ela estiver agora, onde ela está, ela tá saltitando, ela tá saltitando e conversando com todo mundo”, diz Isabela Scalabrini.
“Olha, a Copa do Mundo de 1990, nos Estados Unidos, eu estava em Nova York acompanhando a seleção italiana. Apareceu então Glória Maria, que tinha a missão de fazer uma matéria fora da pauta do futebol, sobre a beleza dos jogadores italianos para o Fantástico. Só que ela não tinha credencial nenhuma, não estava sequer incluída na cobertura da Copa. Quando eu tô lá no meio da entrevista, no meio da coletiva, eu olho pro lado, lá estava Glória Maria. Não me pergunte como, até hoje eu não sei como ela entrou. Mas essa era uma das grandes características dessa imensa repórter, a pessoa que não aceitava um não”, conta Ernesto Paglia.
“Ela era autêntica. Ela era ética. Ela tinha fontes importantes, ela entrava em lugares que muitos brancos não entraram, e ela tinha esse acesso por conta da pessoa que ela era”, diz Fabiana Almeida.
“Eu tive a sorte também de morar com a Glória num apartamento que a Globo alugou para a gente nas Olimpíadas de Atenas em 2004 e a gente levava uma vida de ralo, trabalhava durante o dia, mas ela me esperava à noite pra gente conversar sobre o dia, pra gente jantar junto. Era uma pessoa muito especial que enchia a tela, que enchia a casa das pessoas, que enchia a vida de quem ela tocou”, diz Graziela Azevedo.
"A Glória era exatamente o que ela é no vídeo e na vida pessoal. Intensa, alegre, feliz, de um coração enorme, muito autêntica, falava o que pensava", diz Poliana Abritta.
“A Glória Maria ela tinha um radar, um radar dentro dela que ela enxergava a reportagem em tudo. Nas cenas mais cotidiana, nas coisas mais simples, a Glória enxergava uma história de vida, enxergava uma reportagem”, diz César Tralli.
“A grande riqueza do trabalho da Glória e algo que é da essência dela que ela transborda pra todo mundo por meio do trabalho é essa coisa de fidelidade ao que ela estava fazendo, né”, diz Gabriela Dias.
“Quando ela estava pisando numa areia, numa praia do outro lado do mundo, era a gente que estava pisando lá. Quando ela se jogava de uma tirolesa, era a gente que estava se jogando. A gente tinha a sensação de que estava lá. Ela não trazia as coisas, não trazia o Michael Jackson pra gente, era a gente que estava lá ao lado do Michael Jackson fazendo. Por isso que ela era tão fantástica”, diz Roberto Kovalick.
"A luz extraordinária dela nunca ofuscou os entrevistados, ou os personagens das histórias que ela contou. Pelo contrário, os iluminava e eles apareciam em benefício do nosso entendimento. Isso é jornalismo da melhor qualidade", diz Renata Lo Prete.
“Ela tinha um jeito de criar uma conexão, uma intimidade com quem quer que fosse entrevistado ali na hora. Ela ensinou muito, muito para a gente”, diz Ana Paula Araújo.
“Eu acho que pessoas como a Glória Maria, quando morrem, a gente não enterra, a gente planta como uma semente, cuja árvore gera frutos de inspiração, para as gerações atuais de jornalistas e pra muitas outras gerações que virão. Um exemplo de mulher, forte, guerreira, intrépida, mãe, negra, um ícone”, diz Marcos Losekann.
“Corajosa, determinada, ousada, tantos predicados, que é difícil definir a Glória. Mas ela está deixando um vazio enorme aqui, hoje está doendo muito’, diz Dulcinéia Novaes.
“Por meio do trabalho dela foi possível que outras pretas como eu chegassem a ocupar um espaço como o dela”, diz Karla Lucena.
"A gente só sonha quando a gente se enxerga. E eu lembro de ser uma menininha, bem pequenininha, que pegava uma banana para fazer de microfone e imitava Glória Maria, e eu queria ser como ela", diz Mariana Aldano.
“Ela nos fez multiplicar, ela nos fez acreditar que nós podemos estar aqui também, que nós podemos comunicar com excelência, com competência, com profissionalismo, que nós podemos estar onde a gente quer, em qualquer país, comunicando em diversas línguas. Glória Maria nos fez chegar até aqui”, diz Mariana Bispo.
"Eu já cheguei a ser chamada de Glória Maria, essa é a nossa Glória Maria daqui, e eu acho que ela fez isso. E a imagem da Glória Maria ali na televisão ela é uma imagem forte, que transmite a todo momento que a gente pode, que a gente conquista, e que a gente também pode estar ali, e eu tenho certeza que tem várias Glórias Brasil afora”, diz Aline Aguiar.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/02/02/gloria-maria-conquistou-a-admiracao-e-a-amizade-dos-colegas-de-trabalho.ghtml

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