Logo depois de matar a esteticista Juscelia de Jesus Silva, de 32 anos, conforme confessado por ele mesmo, Reginaldo Nunes de Moura, de 43, demonstrou preocupação com o sumiço da companheira, que já havia sido registrado pela família. Em um áudio enviado à irmã da vítima em um dos dias de buscas, o homem chegou a dizer que não estava bem e que se sentia “perdido” por causa da situação.
Já em outro áudio obtido pela Polícia Civil, Reginaldo diz a um vizinho que Juscelia havia adquirido o hábito de fazer longas caminhadas. “Ela tá andando muito por conta do peso dela. Foi até lá no Parque Cascavel a pé, andando”.
No dia 16 de fevereiro, dois dias após o desaparecimento da esteticista e três antes do corpo ser encontrado em Abadia de Goiás, Reginaldo deu uma entrevista à TV Anhanguera afirmando que a esposa havia saído de casa com uma quantia de R$ 8 mil, fruto da venda de um carro.
Para a delegada Ana Paula Machado, Reginaldo tinha a intenção de “ludibriar” as investigações, passando informações falsas tanto para a família quanto para os investigadores.
Ela cita uma versão sustentada por ele na delegacia, de que, mesmo com a quantia de R$ 8 mil, ela teria enviado uma mensagem para ele pedindo dinheiro para chamar um carro de aplicativo e ir a uma entrevista de emprego.
“Isso chamou atenção da Polícia Civil principalmente porque, se a vítima estivesse realmente portando a quantia de oito mil reais, não havia nenhum motivo para pedir dinheiro ao esposo”, afirmou a delegada, destacando que Reginaldo alegava acreditar que Juscelia estava “perambulando” pelas ruas por conta de um surto psicótico.
Segundo o delegado João Paulo Mendes, que também integra as investigações, ao confessar a morte de Juscelia, Reginaldo estava “tranquilo, calmo, sem demonstrar nenhum tipo de nervosismo ou remorso”.
Entendo caso
Conforme a Polícia Civil, Reginaldo contou que havia vendido um carro pelo valor de R$ 8 mil e, com o dinheiro em espécie guardado em casa, teria passado a ter divergências com Juscelia, com quem convivia há cerca de 14 anos, quanto ao destino do dinheiro. “Ele queria quitar algumas dívidas menores e depois negociar uma dívida maior que eles possuíam junto ao banco, enquanto a Juscelia queria pagar toda essa dívida imediatamente”, detalhou Mendes.
A dívida era no valor de R$ 13 mil. A intenção de Juscelia era que o marido pegasse o dinheiro da venda do carro, juntasse a uma quantia que ele havia guardado e quitasse a pendência, plano do qual o homem discordava.
O delegado relatou que o casal havia brigado na noite de segunda-feira, dia 13 de fevereiro. No dia seguinte, terça-feira (14), por volta de 6h40, o homem teria saído para deixar a filha na escola e quando voltou, 20 minutos depois, começou a discutir com Juscelia. Foi quando o crime ocorreu.