"Vulnerabilidade masculina é o nome do curso que foi criado em São Paulo". E tem como objetivo atingir o estado vulnerável, e através da meditação, toques, carícias e terapias diversas despertar o lado mais sensível do homem.
O terapeuta Daniel Bittar, 31 anos, é quem guia o grupo, em uma mansão do bairro Sumarezinho, Zona Oeste da capital Paulista. O local é fechado e formado por um quarto fechado para dar privacidade às práticas com nudez, e outro envidraçado para as com roupa.
Segundo o terapeuta Daniel Bittar, de logo de início, para atingir o estado vulnerável, você tem que se entregar às sensações e às emoções. Permitir ser observado e ser tocado.
No local há registro de choros, gritos e até náuseas, característica comum segundo o terapeuta. "A maioria das atividades se faz de olhos fechados, permitindo pares com corpos e lábios colados. O egoísmo e narcisismo faz você se fechar", diz ele.
O terapeuta traduz que "o afeto, o toque, o carinho e a respiração no exercício movimentam uma energia que ajuda no processo de "desencouraçamento'."
Ele disse que em um outro exercício, pelado e em pé, trocou uma massagem suave com um garoto vindo do Recife — no meio da prática, fora as pontas dos dedos, sentiu o toque de outra extremidade corporal dele que avançou sobre sua perna.
Em depoimento, um aluno contou que ia buscar alívio usando metanfetamina e ecstasy, substâncias que anestesiavam sua dor e acentuavam seu prazer em sessões de sexo grupal.
"Essas drogas me levavam a um gozo surreal. Chegou ao estágio em que eu queria viver ali, mas o baque depois era muito mais forte, uma energia muito perigosa. O tantra me deu uma sensação parecida, mais diluída, sem o down. E ainda cheguei a picos de prazer, amor e aceitação. É fácil trocar essas drogas pelo tantra e, com isso, escapei de um processo de autodestruição. Eu já estava consciente dele fazendo psicoterapia. Mas era muito mental, e eu não ia nem pra frente nem pra trás", revelou o aluno.
Cursos de masculinidade são comuns
Os cursos nesse sentindo são comuns desde tempos históricos, mas ao inverso. Guerrilheiros, marinheiros, forças armadas e outras categorias aplicavam o curso de virilidade masculina.
Esses cursos faziam os homens serem mais "machos", despertar a agressividade natural, que para os coaches de virilidade é fundamental dentro de um homem.
Recentemente um vídeo de especialista em mudança comportamental Wendell Carvalho, foi muito criticado, por ele incentivar um homem a gritar para outros durante uma palestra.
“O que eu defendo é que está acabando a agressividade e a virilidade entre os homens, e a agressividade é fundamental dentro de um homem, mas homem tem que ser agressivo de forma contida, controlada, não violento. (…) A sociedade não quer que os homens nem sejam mais agressivos (mas não violento)”, desabafou Carvalho.
Na opinião do jornalista e editor Pablo Carvalho, o respeito deve ser mútuo e ambas as partes devem se respeitar, caso o contrário é intolerância.
"O fato é que o curso de vulnerabilidade masculina tem crescido e o de virilidade tem aos poucos sucumbido, pelo menos na mídia. Mas tudo deve ter seu espaço, cada um faz o que quer e respeita o próximo, não precisa uma gerra por espaço como estamos vendo hoje. Por exemplo, criticaram drasticamento um vídeo em que Wendell Carvalho incentiva a virilidade masculina, isso não é intolerância pela outra parte? Respeito precisa partir das duas partes", disse o jornalista Pablo Carvalho