Ex-governador e atual presidente de PSDB Goiás, Marconi Perillo promoveu na manhã desta segunda-feira (20/3) uma coletiva de imprensa na sede do escritório de advocacia que o representa, no Setor Marista. Em pauta, as vitórias sobre ações judiciais que apuravam supostas irregularidades e desvios de recursos durante o período em que esteve a frente do governo estadual.
São processos arquivados recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) e desistências de ações movidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). Relativo ao MPGO, foram 24 ações movidas pela 78ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Goiânia e que apontavam improbidade administrativa do ex-governador na concessão de benefícios fiscais a indústrias do setor sucroalcooleiro. Destas, 20 já foram arquivadas e em outras três o Poder Judiciário deu parecer favorável a Marconi.
Já com relação ao TCE, o órgão arquivou o processo inicialmente movido pela Controladoria Geral do Estado (CGE) que investigava supostas irregularidades nas contas da Goinfra (antes chamada Agetop) relacionadas às obras de pavimentação da GO-230.
“Eu fui vítima e fui a pessoa mais prejudicada da política goiana por conta desse estado de perseguição instituído nos últimos cinco anos”, iniciou Marconi.
Sobre os incentivos concedidos as indústrias que foram alvos do MPGO, Marconi afirmou que as medidas foram responsáveis por impulsionar a economia goiana na última década. “As leis e os incentivos fiscais existem aqui há décadas e foram aprimorados em meus governos para gerar riquezas, ICMS, empregos e qualidade de vida. [A partir] desse trabalho que fiz com minha equipe, foram geradas dezenas de milhares de empregos, no mínimo”, defendeu o ex-governador.
“Mas o fato mais cruel é que as ações tentadas contra mim eram absolutamente infundadas e jamais deveriam ser propostas. Se fosse realmente um trabalho sério, deveriam também ter entrado com uma ação contra os deputados que aprovaram as leis, contra os secretários e técnicos da Procuradoria-Geral, da Secretaria da Fazenda, de Planejamento e da Casa Civil, que prepararam as leis e me encaminharam para que eu pudessem apresentá-las à Assembleia Legislativa”, alegou Marconi.
Para o ex-governador, as ações foram movidas com objetivos persecutórios, em forma de lawfare. “Isso demonstra que vivemos aqui em Goiás um estado de pura perseguição política, no qual os adversários foram considerados inimigos. Eu sempre tratei Iris Rezende, Maguito Vilela, Alcides Rodrigues, entre outros, como adversários, mas jamais como inimigos e jamais busquei persegui-los”, relatou.
O ex-governador também compartilhou sua frustração com as informações que circularam nos últimos anos, no decorrer das ações, e que causaram prejuízos à sua imagem política. “Quando as pessoas ouvem na televisão dizendo que ‘o MPGO pede bloqueio de bilhões do ex-governador’, elas pensam que se está bloqueando é porque tem esse dinheiro. Isso acaba ficando no inconsciente das pessoas e essas ações eram levadas às imprensa para isso. O dinheiro que eu tenho em minhas contas vem apenas do meu salário na iniciativa privada”.
Para Marconi, as ações movidas pelo Ministério Público tiveram objetivos políticos. “Se fosse para fazer uma coisa minimamente razoável, teriam pedido apenas uma ação, porque o assunto é o mesmo. Mas pediram 24 ações exatamente para tentar colocar na cabeça do povo que ‘Marconi é réu em várias’, ‘que realizou desatinos, ilegalidades e corrupção’. Isso foi o mais cruel”, reclamou o ex-governador.
Apesar da mágoa, Marconi fez uma ressalva. “O MPGO tem promotores, promotoras, procuradores e procuradoras da mais alta qualidade. Eu convivi com o MPGO quando fui governador e tive com o órgão uma relação absolutamente republicana. Mas infelizmente, as vezes um ou dois acabam fazendo a instituição pagar um preço alto, e é o que acontece hoje”.
Ao final da coletiva, Marconi Perillo deixou claro que permanecerá na vida política. Mas antes de decidir sobre qualquer entrada em disputas, ele deve dar foco nos próximos anos a reconstrução de sua credibilidade frente a população goiana.
“Meu objetivo daqui pra frente é continuar trabalhando para limpar meu nome, nem que seja a última tarefa minha enquanto eu viver. Vou trabalhar para limpar até a última gota de tinta que gastaram para sujar meu nome.”
Questionado sobre as movimentações do cenário político para 2024, quando ocorrerão disputas pelas prefeituras, o ex-governador foi categórico: “Não serei prefeito de cidade alguma. Eu não sou candidato de dois em dois anos, nem faço política por oportunismo, faço por idealismo. Então, 2026 está longe, e até lá eu vou avaliar o que faremos”, finalizou.