12/04/2023 às 13h27min - Atualizada em 12/04/2023 às 13h27min
Sindicato de escolas particulares de Goiânia divulga carta com orientações
Documento envolve instituições e famílias
Catherine Moraes
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe) emitiu uma carta aberta à população com orientações para estabelecimentos e também famílias envolvendo o combate à violência nas escolas.
O documento é assinado pelo presidente do sindicato, Flávio Roberto de Castro que seu reuniu, nesta terça-feira (11/4) com o governador do Estado, Ronaldo Caiado, para tratar do assunto. De forma geral, as medidas envolvem a autorização por parte das escolas, do uso de detector de metais bem como revistas nas mochilas. Para as famílias, alerta sobre uso das redes sociais, comportamento e objetos levados para as escolas.
As orientações ocorrem após diversos ataques às escolas do país desde o dia 27 de março, quando uma professora morreu após ser esfaqueada e outras quatro pessoas ficaram feridas. No dia 5 de abril, outro caso chocou o país, quando quatro crianças foram assassinadas em Blumenau (SC). Desde então, diversos casos foram realizados no Brasil. Em Goiás, um adolescente de 13 anos foi apreendido na manhã desta terça-feira (11/4), após ferir três estudantes do Colégio Estadual Dr. Marco Aurélio, em Santa Tereza de Goiás utilizando uma faca e uma bomba caseira. Confira a carta na íntegra O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe) - vem externar sua preocupação diante dos graves acontecimentos que estão atingindo a sociedade goiana, e informar os procedimentos e ações de prevenção e segurança que as autoridades públicas, gestores e equipes pedagógicas estão tomando, ao mesmo tempo em que conclama as famílias a fazerem parte da força-tarefa a ser implementada para a proteção das crianças e adolescentes escolares, o que exige de todos união, sensibilidade, bom senso e uso da razão. O Governo do Estado, autoridades do Poder Legislativo e Judiciário, da Educação e Segurança Pública estabeleceram as seguintes decisões durante reunião realizada em caráter emergencial no final da tarde de hoje: - Todos os efetivos policiais do Estado e suas corporações serão estrategicamente mobilizados para atender as escolas. - Os gestores e equipes pedagógicas das instituições de ensino estão autorizados a usar detectores de metal e revistar mochilas e sacolas quando houver suspeitas de porte de objetos que possam colocar em risco a integridade física ou emocional de grupos ou indivíduos que se encontrem no espaço escolar, bem como restringir a presença de quaisquer pessoas, inclusive pais, que não tenham agendado previamente uma visita no espaço escolar. - Alunos que representem ameaça ou assumam comportamentos incompatíveis com as normas de convivência social e de respeito ao próximo devem ser apresentados às autoridades. - O Governo do Estado passa a monitorar as redes sociais e a suprimir postagens que representem ruptura de regras e normais legais, usem linguagem ou imagens que estimulem a violência, agridam indivíduos ou grupos de forma a interferir em uma convivência social saudável. As Escolas passam a reforçar os seguintes procedimentos: - Identificar criteriosamente quem circula no ambiente interno. - Ampliar o quadro de pessoas formadas para monitorar os alunos em sua rotina escolar. - Observar cuidadosamente o comportamento individual dos alunos, promovendo reuniões com os pais ou responsáveis por aqueles que infringirem as normas previstas no Regimento Escolar, solicitando intervenções especializadas que sejam supervisionadas pela Escola para a superação do problema. - Instalar equipamentos e estratégias que ampliem a proteção dos alunos. Orientações às Famílias 1) Manter sob controle todos os sites e aplicativos acessados por seus filhos e orientá-los a não se exporem em redes sociais. 2) Verificar diariamente os objetos que crianças e adolescentes trazem para a Escola, impedindo-os de portarem réguas de metal, tesouras, compassos, estiletes, canivetes, facas, brinquedos agressivos ou quaisquer outros objetos que representem ameaça à integridade física e emocional deles próprios, dos colegas ou de outras pessoas. 3) Conversar com seus filhos – como a Escola faz de forma recorrente – sobre bullying, brincadeiras inconsequentes, humilhações, exclusão, zoações, cancelamentos, ameaças ou agressões aos colegas. 5) Acompanhar a vida dos filhos e buscar ajuda especializada quando perceber que eles estão deprimidos, agressivos, isolados ou reféns das redes sociais e dos jogos virtuais, monitorando-os inclusive à noite. Goiânia, 11 de abril de 2023. Prof. Flávio Roberto de Castro (Presidente do Conselho Estadual de Educação - GO e do Sindicato das Escolas Particulares).