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19/04/2023 às 11h32min - Atualizada em 19/04/2023 às 11h32min

Inquérito da Polícia Federal cita ligação entre Adélio e PCC

Pagamentos foram feitos ao advogado de defesa

Inquérito da Polícia Federal aponta para uma possível relação do PCC com pagamentos para a defesa de Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro.

A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (19/4). 
“A apuração reiniciada no ano passado contraria conclusões anteriores e aventa uma tese considerada inconsistente pela atual direção da PF, que vê fragilidades nos indícios citados”, mostrou a reportagem, mencionando que dois inquéritos da PF já apontaram que Adélio agiu sozinho no ataque.
 
Pagamentos de acusados de integrar a facção para um dos advogados que defendeu Adélio, que foram feitos dois anos depois do episódio em Juiz de Fora (MG), embasam a hipótese. O advogado investigado no caso e que integrou a banca que fez a primeira defesa de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, nega qualquer ligação com o PCC e diz que os repasses têm relação com a defesa de outros clientes, não a de Adélio.
 
De acordo com o jornal, para sustentar a tese, a apuração lista ao menos quatro suspeitas: a descoberta por meio do Coaf de pagamentos fracionados de R$ 315 mil feitos em 2020 por pessoas com suposto elo com o PCC para uma empresa no nome Magalhães; o valor ser próximo do citado por Zanone Oliveira Junior —advogado da banca à frente da defesa— em depoimento à PF em 2018 sobre quanto ele teria cobrado caso tivesse ficado no caso até eventual chegada de recursos ao STF; um registro no livro-caixa de Zanone com pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”; um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.

Inconsistência
A direção da PF considera a tese frágil. Segundo a reportagem, o diagnóstico de inconsistência da nova linha de apuração é feito principalmente pela DIP (Diretoria de Inteligência), onde o inquérito está localizado. Uma das fragilidades na tese apontadas pela cúpula da PF está no fato de as transferências sob suspeita terem sido feitas dois anos após o atentado.
 
Os advogados que defenderam Adélio no começo do caso sempre negaram ter assumido o caso em busca de holofotes, mas nunca citaram os nomes que pegaram pelos serviços. Zanone afirma que assumiu a defesa após ter sido procurado por uma pessoa de uma igreja evangélica frequentada pelo agressor. Segundo o advogado, essa pessoa lhe adiantou R$ 5 mil em dinheiro e depois rompeu relações por causa da repercussão do caso. Adélio está desde 2018 na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).


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