A higienização correta e frequente das mãos salva vidas. Foi durante a pandemia da Covid-19 que muita gente no mundo se deu conta o quão importante é esse hábito simples, uma vez que tal cuidado é essencial para a evitar a doença. Mas já antes do Coronavírus, o ato de levar as mãos já era uma orientação importante para a prevenção de inúmeras patologias, tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a data de 5 de maio, como Dia Mundial da Higienização das Mãos.
Neste mês de maio foi registrado em Goiás um surto da Síndrome do Mão-Pé-Boca, que atinge principalmente crianças de até cinco anos. Já são 646 casos suspeitos notificados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Aparecida de Goiânia, com 288 casos; e Goiânia, com 131 casos são as cidades goianas com maior incidência. O aumento no registro dessa síndrome reforça a necessidade de que esse cuidado com a higiene das mãos seja ensinado desde cedo, conforme orienta a médica pediatra Larissa Trivelato Porto (CRM 20579), especialista que atende no Órion Complex, em Goiânia.
“As crianças são mais atingidas porque nessa fase entre 2 e 5 anos de idade é quando muitas começam a frequentar berçários, creches e escolas, e com isso estão mais expostas ao risco de contaminação. Por isso a importância de ensinar e cultivar esse hábito já na infância”, explica a médica, que também chama a atenção para a higienização dos objetos de uso pessoal como copos e talheres, e no caso das crianças, há também as mamadeiras, chupetas e brinquedos. “A forma mais comum de transmissão do vírus ocorre pelo contato direto com fezes, saliva, alimentos e objetos contaminados com o vírus”, esclarece.
Larissa Porto explica que a Síndrome do Mão-pé-boca é uma doença contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo e que também podem provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca).
Sintomas
A médica alerta os pais para que procurem um pediatra assim, que os primeiros sinais da doença sejam percebidos, pois, segundo ela, os casos evoluem rapidamente. “Os sintomas mais comuns são febre, desidratação, aftas na boca - que dificultam a alimentação -, lesões avermelhadas e bolhas nas mãos, nos pés, ao redor dos lábios e em outras partes do corpo”, enumera a pediatra.
Outro aspecto da síndrome para o qual a especialista chama a atenção é o fato de que, mesmo depois de recuperado, o paciente pode transmitir o vírus Coxsackie pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. “O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum”, afirma.
A médica explica que ainda não existe vacina contra a Síndrome do Mão-pé-boca, mas em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, a doença regride espontaneamente após alguns dias. A pediatra diz que o tratamento que há é para alívio dos sintomas, que podem ser bem intensos às vezes, sendo que os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. “Hoje, a laserterapia é indicada como tratamento para aliviar a dor causada pelas lesões na boca, o que também facilita a alimentação e hidratação do paciente, ajudando consequentemente numa recuperação mais rápida. E o ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem”, explica a médica.