Conforme os organizadores, a intenção é destacar a luta e as conquistas de pessoas que foram obrigadas a deixar seus países de origem em consequência de guerras, graves violações de direitos humanos ou perseguições diversas.
A parceria do Sesc com a Cáritas começou na segunda edição do festival. A gerente afirmou que nesse período foi possível observar que o evento é super esperado durante o ano. Os visitantes retornam e trazem outras pessoas, ajudando a dar mais divulgação ao encontro. “As crianças que vinham há cinco anos, hoje já se conhecem e entendem a questão dos direitos humanos, a importância de receber bem todos os povos, que devem ser contra a xenofobia e o racismo. Então, por aí, a gente começa a perceber a eficácia da ação”.
Na programação de hoje houve palestras de refugiados - um deles falou sobre o livro que escreveu e que está à venda no encontro. Além disso, o público pôde conhecer pratos típicos da gastronomia da Nigéria, Venezuela, Síria, Colômbia, do Haiti e da República Democrática do Congo. “A culinária também promove esse respeito, esse conhecimento que liberta. Então, vamos conhecer a alimentação de outro país, como é o processo, respeitar quem está aqui no nosso país em situação de refúgio e traz um prato típico para apresentar. A gastronomia também é um caminho para respeitar esses povos”, observou.
O público pôde participar ainda de oficinas culturais e conhecer os trabalhos de artistas de ritmos latinos e de países do continente africano, com apresentações do DJ angolano Joss Dee e das bandas Saoko e Coral do Rei. “A gente tem multilinguagem, já trabalhou percussão, música, caligrafia, que é muito importante em alguns países, representações específicas como turbantes e artesanato. Trazemos a multilinguagem para mostrar pluralidade no evento”, disse.
A gerente explicou que, durante o ano, a parceria continua para atender aos refugiados que chegam ao Brasil, com serviços como a regularização de documentos e o aprendizado do português. “Unimos parceiros importantes, cada um com sua expertise de atuação. Tem o Abraço Cultural na questão da língua, tem a Cáritas com a documentação e o Sesc com toda a multilinguagem. Trabalhamos com o refugiado de forma holística, tentamos fechar o círculo para que ele se sinta bem no país. Sabemos que a geração de renda é super importante e, por isso, é fundamental que eles apresentem os seus produtos para gerar renda”.
De acordo com a Cáritas, o relatório Tendências Globais da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado este mês e que apresenta dados sobre o refúgio no mundo, apontou a existência de 108,4 milhões de pessoas deslocadas globalmente em função de perseguições, conflitos, violência, violações dos direitos humanos ou eventos que perturbam a ordem pública.
Entre essas pessoas 35,3 milhões são refugiadas e 62,5 milhões são deslocados internamente em seus países. Em maio deste ano, o total de deslocados superou os 100 milhões. Havia ainda 5,4 milhões solicitações de refúgio e 2,6 milhões com novos pedidos.