Inaugurado durante o evento Ação Orgulho e Cidadania LGBTQIA+, em comemoração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, o novo posto visa a aumentar a empregabilidade desse público, especialmente mulheres travestis e transexuais e homens trans. O projeto conta com parceria da Coordenação Executiva da Diversidade Sexual da prefeitura.
Em uma fase experimental, o posto de empregabilidade funcionará, até setembro próximo, apenas às sextas-feiras, das 13h às 18h, prevendo-se, a partir daí, o funcionamento nos cinco dias úteis da semana. Além de cadastrar currículos para vagas de emprego, a unidade dará orientação profissional, cuidará da emissão de documentos e ofertará cursos de qualificação e formação técnica.
Junto com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, o Grupo Arco-Íris fará a conexão da pessoa que procura vaga com as empresas que oferecem empregos, para garantir à comunidade acesso ao mercado de trabalho. A parte de preparação da pessoa para o emprego ficará a cargo do Grupo Arco-Íris. Já a Secretaria Municipal de Trabalho se encarregará de buscar na rede de empresas as ofertas de empregos e cursos.
Cláudio Nascimento informou que o Grupo Arco-Íris promove capacitação profissional da população LGBT+. “É também um espaço de convivência comunitária.” O atendimento é feito por voluntários e técnicos.
Embora junho seja o Mês do Orgulho LGBTQIA+, “esta é uma causa que nos movimenta todos os dias”, ressaltou o secretário municipal de Trabalho, Everton Gomes. Ele destacou que a implementação do posto avançado junto com o Grupo Arco-Íris significa reconhecer iniciativas comunitárias. “Uma das nossas estratégias de acesso é a inclusão dessas pessoas no mundo do trabalho”.
Pesquisa do Laboratório de Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) feita antes da pandemia de covid-19 revelou que quase 75% das travestis ganhavam menos de R$ 2 mil mensais e que mais de 50% das mulheres trans estavam na mesma situação. “São as populações mais vulneráveis no segmento”, afirmou Everton Gomes.
Cláudio Nascimento antecipou dados preliminares de pesquisa da Aliança Nacional LGBTQIA+, a ser lançada em agosto, que evidenciam uma consistente situação de discriminação dessa comunidade. Segundo o estudo, a comunidade tem menos tempo de permanência em postos de trabalho e, a cada dez pessoas entrevistadas, quatro relataram ter sofrido violência por colegas de trabalho e chefias. Na educação, que é a base fundamental para o acesso ao trabalho, sete em cada dez pessoas afirmaram sofrer violência por colegas e professores.