Estudantes goianos do Ensino Fundamental da Escola Canadense Maple Bear Goiânia venceram o mundial de robótica, na Alemanha. A equipe formada por quatorze alunos com idades entre 13 e 14 anos, desembarcaram nesta terça-feira (25), em Goiânia, com 10 premiações, sendo cinco de primeiros colocados, quatro em segundo e um na terceira posição.
Os alunos foram os únicos representantes de Goiás no Campeonato Mundial de Robótica, da Federation of International Robot Sport Association (FIRA) RoboWorld Cup 2023, na cidade de Wolfenbüttel, entre os dias 17 a 21 de julho. Os estudantes foram divididos em três equipes, uma delas formada apenas por meninas.
Considerado o mais relevante campeonato da área, as provas acontecem anualmente, e reúne estudantes a partir de 10 anos ao nível universitário. No total, 35 países foram representados na competição. Do Brasil, além dos goianos, equipes de escolas públicas e privadas dos estados do Maranhão, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina também se classificaram. Todos, inclusive, participaram da etapa regional e nacional no ano passado.
Flamarion Moreira, professor de matemática e robótica da Escola Canadense Maple Bear Goiânia, destaca que essa conquista traz para Goiás o reconhecimento da capacidade dos nossos alunos, a qualidade das escolas e o investimento que o Estado e as escolas privadas fazem na tecnologia e na inovação.
Educação e tecnologia Cirurgias robóticas, robôs que já ajudam a polícia a fazer simulações de desvendar crimes são exemplos do quanto a tecnologia já está presente no dia a dia da sociedade, com uma tendência de se tornar ainda mais frequente. Flamarion destacou que o aprendizado da robótica é importante para que o jovem seja mais que um consumidor desta tecnologia, mas que sejam também agentes protagonistas desta evolução. “Ver tantos prêmios conquistados pelos nossos alunos nos mostra o quanto temos avançado”, diz.
O matemático ressalta que além de ações relacionadas a tecnologia, a robótica é uma ferramenta importante para que os alunos desenvolvam disciplina, capacidade de tomar decisões, além de estimular o raciocínio lógico. “Ela (robótica) forma os cidadãos para a vida, para tomar decisões, para fazer suas escolhas”, afirma.
“A robótica consegue englobar, tudo isso, que é do olhar do educador de envolver o aluno através daquilo que é do olhar dele, que é o lúdico, a brincadeira”, complementa Sabrina de Oliveira, diretora geral da Maple Bear Goiânia. “Nós vemos como responsabilidade da educação desenvolver nos alunos essa capacidade de trabalho em equipe, resolução de problema, resiliência, além do domínio de novas tecnologias, de ser não apenas como alguém que usa, mas como aquele que cria”, diz.
Emoção Emocionada, Simony Bernardes, mãe de Filipe Taveira Bernardes, um dos alunos campeões, conta como foi a sensação em ter o filho participando do campeonato: “A gente se sente muito grato em proporcionar uma experiência tão rica para um filho ainda adolescente”, disse.
Já para Filipe, o desafio de se comunicar com participantes de outras nacionalidades foi um dos marcos do campeonato.
“Teve um momento que a gente teve que fazer mímica para se comunicar com colegas chineses.… Então, é muito isso, você tem que aprender a se comunicar. Para você se dar bem tinha que ter habilidades sociais.
Mateus Moura de Paula Paiva, de 14 anos, assim como Filipe, aponta para a importância da robótica e o convívio em sociedade.
“É muito sobre trabalho em grupo, acredito que seja o principal ensinamento para a gente. É saber lidar com as pessoas no grupo, às vezes um está trabalhando muito bem e o outro mais do que deveria e saber balancear isso, para chegar em um resultado gratificante”, disse Mateus.
Para os pais do Mateus, Gabriela Moura de Paula e Tomás Cândido Alves Paiva, a robótica vai contribuir para as escolhas profissionais do filho, que atua como programador de robôs.
“Por em prática o que eles estão aprendendo na sala de aula, nas escolhas futuras”, explica
Sobre as provas Uma das provas que os goianos obtiveram o primeiro lugar no mundial foi a "Missão Impossível United." O desafio consistia em unir de duas a três equipes de nacionalidades e culturas diferentes para construir um robô que fosse capaz de levantar, o mais rápido possível, uma estrutura plástica pesada e resistente.
Outra foi a "Cliff Hanger Missão 4", prova em que o robô deveria andar pela arena, identificar por meio de sensor duas garrafas de refrigerante e levá-las até o centro. A equipe goiana conseguiu fazer com que o robô cumprisse a missão em tempo recorde (32 segundos), garantindo um excelente resultado, inclusive melhor do que a categoria U19 (competidores de 15 a 19 anos). Assim como no desafio anterior, este desafio foi vencido pela equipe goiana de meninas.
Missão Impossível Hardware U14 foi o nome de um outro desafio. A missão era projetar um robô que conseguisse ultrapassar o maior abismo possível. A equipe goiana conseguiu superar a maior distância, de 19 cm. Mais um primeiro lugar para os goianos!
Bicampeonato Esta é a segunda vez que a Escola Canadense Maple Bear Goiânia conquista medalhas no Fira RoboWorld Cup, que conta com a participação de estudantes do mundo inteiro. Em 2022, uma equipe de cinco alunos participou do mundial e trouxe três premiações inéditas para Goiás, sendo uma uma vitória em primeiro lugar, outra em segundo lugar e outra em quinto. A competição aconteceu em Guarulhos, São Paulo.