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21/09/2023 às 17h20min - Atualizada em 21/09/2023 às 17h20min

Corrida ajuda praticantes a cuidar da saúde mental

2ª edição da prova Orgulho de Viver tem exemplos de pessoas que conseguiram vencer a depressão com essa prática esportiva. Conheça histórias de quem conseguiu esta vitória em Goiânia

Um estudo da New York University Grossman School of Medicine, publicado no Journal of Neuroscience. mostra que a corrida aumenta os níveis de uma substância química envolvida no crescimento das células cerebrais, que reforça a liberação do hormônio dopamina, responsável pelo “sentir-se bem”. Segundo a pesquisa, camundongos que correram em uma roda por 30 dias tiveram um aumento de 40% na liberação de dopamina no stratium dorsal, a parte do cérebro envolvida no movimento, comparados aos animais que não fizeram o exercício. 

Os corredores também apresentaram um aumento de quase 60% nos níveis de BDNF, fator neurotrófico derivado do cérebro desencadeador da dopamina, em comparação com os não corredores. Notavelmente, o aumento na liberação de dopamina permaneceu elevado mesmo após uma semana de descanso. O estudo comprova o que os corredores vivenciam diariamente, correr faz bem para a saúde, não só física, mas também a mental. Com esse objetivo o Órion Business & Health Complex e a Bee Sports estão realizando a 2ª edição da corrida de rua Orgulho de Viver. Nesta quinta (21) alguns atletas participantes do evento, que conseguiram vencer a depressão com a ajuda do esporte, irão celebrar a conquista em um coquetel pré-corrida, agendado para 19h, no Órion Shopping.


A prova é para chamar atenção para o Setembro Amarelo e acontecerá no próximo sábado (23), com concentração a partir das 16h e largada às 17h. A corrida de rua terá percursos de caminhada de 2 km, que pode ser feito por qualquer idade, mas crianças precisam estar acompanhadas pelos pais, e corrida de 5 km, permitida para a partir de 15 anos e 10 km, para a partir de 18 anos. Ludmila Rodrigues Bueno Carneiro vivenciou na própria pele os benefícios da corrida.

“Em 2014 eu vivia um relacionamento abusivo com o pai dos meus filhos, mas ainda não tinha me dado conta disso. Eu trabalhava em uma empresa que incentivava a prática da corrida através de uma disputa interna e uma colega me convidou para correr. A princípio recusei, mas depois topei e dali para frente minha vida mudou. Somente naquele ano corri 32 provas e consegui me separar em agosto”, conta ela, que se tornou, inclusive ultramaratonista. 

“Na pandemia foi a primeira vez que procurei ajuda médica e descobri a depressão, cheguei a tomar remédios por cinco meses, eles tinham efeitos colaterais, mas mesmo assim seguia praticando a corrida e o esporte também me ajudou a parar com eles. Isso, sempre acompanhada com ajuda profissional, o próprio médico percebeu que eu não precisava mais dos remédios”, relembra ela. “Com a Corrida Orgulho de Viver queremos mostrar para as pessoas que elas podem pedir ajuda. Com a corrida eu descobri que posso tudo que quero”, completa Ludmilla.

Outros exemplos
A corretora de seguros Maria de Jesus Nascimento Lima teve uma infância difícil e cresceu com um misto de angústia, tristeza e revolta. Casou-se e em 2012 começou a se tratar, foi diagnosticada com transtorno bipolar, transtorno de personalidade e depressão. “Quando eu tinha crises ficava nervosa e agredia as pessoas a minha volta, como meu esposo e minhas filhas. Cheguei a ficar internada por sete dias na Casa de Eurípedes. Depois me desencadeou um distúrbio alimentar, comia muito”, detalha ela.

“Um dia olhei pela janela de casa e me deu vontade de correr, vi meu tênis e às 19h30 corri pelo quarteirão e senti uma melhora. Abandonei a medicação e o psiquiatra, mas não recomendo, sei que é errado. Passei a correr sempre, até quando não tinha vontade. Minha família me apoiou e passei a me inscrever em corridas de rua. O exercício tem sido a minha superação. Fiz amizades correndo que também me incentivam”, conta Maria, que criou o hábito da corrida há dois anos.

A assessora médica de um urologista e professora de inglês Victória Noely de Melo Fontenelle corre há sete anos. Ela relembra que desde pequena assistia a Corrida de São Silvestre na televisão e tinha vontade de corrê-la. Em 2016 decidiu entrar para um grupo de assessoria esportiva e quando fez o check-up para isso descobriu um câncer de mama. “Foi um baque, eu tive um começo de depressão, tentei esconder isso dos meus pais, me divorciei na época também”, conta. Após fazer a cirurgia ela foi incentivada a participar de corridas. “Meu médico disse que correr eu não conseguiria, mas que poderia caminhar”.

Victória se inscreveu na época na corrida de rua Rosa e Azul. “Eu fui a última a chegar, já estavam até desmontando as coisas, mas de lá para cá não parei mais, são cerca de 200 corridas de rua e este ano vou para a minha quarta São Silvestre”, destaca. “O maior desafio que vejo é unir as pessoas em busca de um exercício para a depressão, o caminho é o esporte. Sou a prova viva que existe vida após o câncer e após a depressão. Eu descanso correndo. A corrida para mim é sinônimo de conexão com Deus, minha relação com a corrida é de amor”, salienta ela.


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