Alguns deles morreram em casa, com suas famílias. A UNRWA acredita, no entanto, que o número de vítimas pode ser ainda maior. Na última terça-feira, mais um ataque: uma escola no campo de refugiados palestinos de Al-Maghazi, na parte central de Gaza, foi atingida por uma bomba, o que resultou na morte de pelo menos seis pessoas e deixou outras feridas.
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazarini, afirmou nesta quarta-feira (18), em um comunicado que uma catástrofe sem precedentes está se desenrolando perante todos. “Ao menos 1 milhão de pessoas foram forçadas a sair de suas casas em apenas uma semana. Mais de meio milhão dos deslocados estão se abrigando nas nossas escolas e outras instalações no sul de Gaza. Um número desconhecido de pessoas, a quem a UNRWA não é mais capaz de assistir, continuam nas nossas instalações, na parte norte da Faixa.”
Segundo o coordenador do Observatório Saúde e Migração, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Alexandre Branco Pereira, ataques a instalações da Organização das Nações Unidas em Gaza não são uma novidade. Na ação militar israelense de 2014, por exemplo, sete abrigos mantidos pela UNRWA foram bombardeados, matando crianças que estavam ali.
“A gente ouve muito falar de terrorismo como se fosse uma exclusividade dos ataques praticados pelo Hamas, mas o que Israel faz e tem feito ao longo dos anos é um terrorismo de Estado, porque a intenção é fazer com que as pessoas fiquem completamente desnorteadas e inseguras. Não existe lugar seguro. Durante essa crise, por exemplo, você teve Israel indicando rotas para que as pessoas do Norte de Gaza fossem para o sul e, depois, bombardeando essas mesmas rotas, matando as pessoas que ela tinha dito para se deslocarem”, afirma Pereira.
No relatório divulgado na terça-feira, a UNRWA também chamou atenção para os ataques israelenses no sul de Gaza, apesar de Israel orientar os civis para que se movessem para a região, para o risco de morte de pessoas e doenças pela falta de água e para a situação dos hospitais, que só poderiam funcionar por mais 24 horas com o combustível disponível.
Além disso, a UNRWA afirma que seus estoques de medicamentos devem se esgotar até o próximo mês. Em algumas clínicas da agência, os remédios devem acabar antes disso.