21/12/2023 às 13h45min - Atualizada em 21/12/2023 às 13h45min

Advogada suspeita de mortes por envenenamento em Goiás forjou gravidez e é acusada de aliciar menores

Em entrevista coletiva, delegado cita 'convicção' de homicídio duplamente qualificado; Amanda Partata Mortos foi presa e conduzida à Delegacia de Homicídios no fim da tarde desta quarta-feira

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Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados em Goiânia, já forjou uma gravidez anteriormente e é suspeita de aliciar crianças de 10 a 16 anos durante um estágio em uma escola. Uma das hipóteses levantadas pelas investigações é de que o policial civil Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e sua mãe, Luzia Tereza Alves, de 86, morreram após beber um suco envenenado.

— Ela mostrou uma personalidade extremamente voltada ao crime. Usa tecnologia para mascarar números de telefone. Forja relacionamento afetivo com as vítimas. Tem personalidade criminosa e dissimulada. Essa divulgação do caso se mostra necessária justamente por conta das outras denúncias contra Amanda — declarou o delegado Carlos Alfama.

Segundo o delegado, não há chance das mortes estarem relacionadas com uma intoxicação alimentar ou outra causa natural. Durante o interrogatório, Amanda se recusou a fornecer a senha de seu celular e forjou um vômito.

 

ENVENENAMENTO DE MÃE E FILHO:

  • Mãe e filho, de 58 e 86 anos, morreram em Goiânia (GO) após comerem doces comprados em um estabelecimento famoso da cidade.
  • Segundo informações iniciais de familiares, os dois passaram mal no domingo (17) e foram internados juntos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde morreram com poucas horas de diferença. 
  • O caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios de Goiás.

— Ainda que a polícia não encontre veneno algum, a certeza da morte por envenenamento se mantém. Ela esteve por três horas na residência antes de ir embora, sabemos que ela comeu, mas não bebeu o suco. No interrogatório, quando falamos que os bolos foram apreendidos, Amanda não esboçou reação, mas "travou" quando falamos sobre o suco — detalhou o delegado.


 

Qual seria a motivação do crime?

Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que a motivação seria a rejeição pelo término do relacionamento com o filho de Leonardo, que durou cerca de três meses. O rapaz decidiu terminar a relação amigavelmente, há dois meses.


Quem é a suspeita de mortes por envenenamento?

A mulher, que estaria por trás do envenenamento, se identifica nas redes sociais como "psicóloga, terapeuta cognitivo-comportamental, advogada aposentada e mãe". Seu nome, no entanto, não aparece no Cadastro Nacional de profissionais inscritos.

Na OAB, seu cadastro aparece como regular.

— Em relação ao envenenamento, doenças transmitidas por alimentos têm percursos diferentes. Está descartado intoxicação alimentar, e vamos buscar as substâncias que causaram as duas mortes. Embora tenham sido coletados os alimentos e o suco, existe a possibilidade de envenenamento por um alimento que não foi coletado. Mais de 300 pesticidas são analisados procurando compatibilidade — explicou o perito Olegario Augusto da Costa Oliveira.

 
Amanda Mortoza: advogada é suspeita de ter matado policial e idosa em Goiânia — Foto: Reprodução / OAB

Amanda Mortoza: advogada é suspeita de ter matado policial e idosa em Goiânia — Foto: Reprodução / OAB

Amanda Mortoza: advogada é suspeita de ter matado policial e idosa em Goiânia — Foto: Reprodução / OAB

Um dia antes de ser localizada pela polícia, Amanda procurou um hospital, mas não tinha um quadro clínico claro. Durante a noite, a suspeita teria tentado suicídio ingerindo medicamentos e acetona. Após a ocorrência, ela foi transferida para uma clínica psiquiátrica e internada ao 12h desta quarta-feira, onde acabou localizada pela polícia e presa.


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