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09/04/2024 às 16h49min - Atualizada em 09/04/2024 às 16h49min

Funcionária entra na Justiça após demissão e acaba tendo de pagar R$ 100 mil para a empresa após desvio de dinheiro

Empresa e ex-gerente firmaram acordo, que será quitado até 2036. Advogado nega que cliente tenha desviado dinheiro.

Por Gilmara Roberto, g1 Goiás
https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/04/09/funcionaria-entra-na-justica-apos-demissao-e-acaba-tendo-que-restituir-r-100-mil-para-a-empresa-por-desvio-de-dinheiro.ghtml

A ex-funcionária de um posto de gasolina de Anápolis, a 55 km de Goiânia, entrou na Justiça após ser demitida pedindo uma indenização, mas acabou tendo que restituir para a empresa uma quantia de 71 salários-mínimos, que equivale a R$ 100.252,00.

De acordo com o processo, uma auditoria particular apontou fraudes em cartões que totalizaram um déficit de R$ 227 mil. Os relatórios foram feitos pelo próprio posto e pelas administradoras dos cartões de crédito. Como a mulher era gerente do estabelecimento e, segundo o documento, era a única com acesso ao sistema, ela foi responsabilizada pelo desvio.

"A responsabilização, neste caso, recai sobre o responsável pelo fechamento geral dos caixas das empresas, visto que, é o responsável pela conferência e guarda dos valores repassados pelos vendedores/frentistas, além de outros valores recebidos de clientes com compras à prazo e eventual acerto de erros cometidos pelos atendentes dos postos...", relata o documento.

Em nota, a defesa da ex-gerente reafirmou o posicionamento de que não realizou qualquer desvio de dinheiro enquanto trabalhou no estabelecimento. “A perícia somente confirmou que houve desvio, porém não conseguiu indicar a autoria dos mesmos”, disse o texto.

 

Processo

O processo foi aberto pela ex-funcionária. Ela alegou ter sido submetida a acúmulo de função, danos morais e assédio moral, por conta da suspeita do desvio de dinheiro. A princípio, ela reivindicava indenização no valor de R$ 87. 996,36.

No entanto, durante o processo, a perícia judicial da 1ª Vara do Trabalho de Anápolis apontou um desvio de cerca de R$ 242 mil durante dois anos. Armando Benedito Bianki, juiz responsável pelo caso, promoveu reunião entre os advogados que representaram o posto e a ex-funcionária e recomendou que firmassem um acordo.

“A partir do princípio da conciliação trabalhista, as partes podem celebrar acordo em qualquer momento do processo", explicou o advogado Jorge Henrique Elias, responsável pela defesa do posto de gasolina. “É um processo que vai ser pago por anos, com parcelas de meio salário-mínimo por mês”, informou.

Com o valor atual do salário-mínimo em R$ 1.412, a ex-funcionária deverá pagar parcelas de R$ 706 até o ano de 2036.

 

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