19/11/2018 às 20h33min - Atualizada em 19/11/2018 às 20h34min
Número de mulheres empreendendo cresce, mas há muitas barreiras a superar
Dia
19 de Novembro marca o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Data propõe debate sobre os avanços e conquistas das mulheres no mundo dos negócios Lançado pela ONU, em 2014, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, que acontece nesta segunda-feira, 19, propõe um debate sobre os avanços e conquistas das mulheres no mundo dos negócios. Segundo dados do Anuário dos Trabalhadores das MPE, publicado pelo Sebrae, entre 2005 e 2015, o número de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 15,4% - saltando de 6,9 milhões para 8 milhões. Em contrapartida, são os homens que detém a maior parcela do mercado nacional. Eles são donos 17,3 milhões de empresas. Os índices revelam também que, em dez anos, a participação das mulheres no total de empreendedores passou de 30,7%, em 2005, para 31,6%, em 2015, em todo o território nacional. Outro fator relevante da pesquisa é que os negócios liderados por elas sobrevivem mais em tempos de crise. O consultor de negócios e CEO da Contabilivre, Mauro Fontes, analisou os índices e destacou as principais dificuldades das mulheres na hora de enfrentarem os desafios de empreender. “O mundo dos negócios é extremamente competitivo para todos. Isso é fato! O problema é que elas são obrigadas a superar fatores que vão além do mercado. Por exemplo, o sexismo ainda é uma barreira que elas enfrentam desde a hora da contratação até quando sonham em abrir o próprio negócio”.
Desafios e superação
Muito mais do que celebrar, a data também é uma oportunidade para refletir sobre os muitos obstáculos enfrentados por elas dentro e fora do mundo dos negócios. Uma análise divulgada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), por exemplo, aponta que no Brasil dos 39,3% da Taxa Total de Empreendedores, 42,4% são homens e 36,4% mulheres. Outro levantamento, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revela que mais de 40% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres e que elas possuem escolaridade média maior que a dos homens. Essa mesma pesquisa aponta também que são essas as mulheres que administram suas empresas, e ainda realizam as tarefas domésticas, cuidam dos filhos e ainda estudam. Múltipla jornada que exige delas carga física e psicológicas extras, para que tantas funções sejam executadas com qualidade e eficácia.
Participação feminina cresce, mas em ritmo lento De 2005 a 2015, o número de mulheres empreendedoras teve um incremento de 15,4%, enquanto que o de homens, 10,3%. Em 2005, eram 6,9 milhões de mulheres a frente de um negócio, em 2015, esse número saltou para 8 milhões. Já o quantitativo de homens, donos de negócios, passou de 15,7 milhões para 17,3 milhões, nesse mesmo período. A participação das mulheres no total de empreendedores no País passou de 30,7%, em 2005, para 31,6%, em 2015. O rendimento médio real mensal das donas de microempresas aumentou mais do que o dos donos de empresas, no período de 2005 a 2015. A alta do rendimento das microempresárias foi de 20%, nesse período, enquanto o rendimento médio real mensal dos microempresários subiu em ritmo menor: 14,5%. A diferença entre os rendimentos dos homens e das mulheres, donos de microempresas, diminuiu de 20,5%, em 2005, para 16,7%, em 2015. Segundo Fontes, “mesmo que em todo o mundo cerca de 30% de todas as empresas privadas sejam geridas por mulheres, elas ainda sofrem muitos julgamentos. Existem companhias, por exemplo, que ainda disseminam e acreditam que homens são mais competentes quando o assunto é negócio. Isso impede que elas encontrem um ambiente propício para crescerem e mostrarem habilidades. O que é uma pena, porque quanto mais mulheres trabalham, mais a economia cresce e o país agradece”, ressalta.