BRT Norte-Sul inicia operação e deve realizar 1,2 milhão de viagens por mês

O BRT Norte-Sul entrou em operação na madrugada deste sábado (31/8), com a previsão de realizar 1,2 milhão de viagens por mês por um dos principais eixos viários da capital. A Prefeitura de Goiânia investiu R$ 319 milhões no corredor, que possui 29,6 km de extensão, cinco linhas exclusivas e 121 continuadas, ligando o Terminal Recanto do Bosque, na região Noroeste da capital, até Aparecida de Goiânia.

A primeira passageira a embarcar no BRT Norte-Sul foi Maria Aparecida Feitosa, de 60 anos, que é moradora do Recanto do Bosque e trabalha como porteira em um prédio em frente à Praça Cívica. Usuária do trajeto há 25 anos, ela ressalta o conforto dos novos ônibus. “E a rapidez, que também é muito importante. Eu estou muito feliz de ser a primeira passageira do BRT”, disse sorrindo.

Os ônibus que integram o sistema do BRT fazem parte da nova frota da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que inclui dez veículos elétricos do modelo Super Padron, 100% nacional, com ar-condicionado, carregador de celular e Wi-Fi. O sistema é estruturado no modelo tronco-alimentado da RMTC.

O motorista responsável por levar os primeiros passageiros do novo eixo de transporte foi Leandro Cândido, de 41 anos e motorista do transporte coletivo há cinco anos, sendo dois na linha entre o Recanto do Bosque e a Praça Cívica. Ele explica que todos os funcionários passaram por treinamento três dias para operar os novos ônibus. “É um veículo com bastante conforto e segurança. É uma emoção muito grande ser o primeiro motorista a operar no BRT, um sonho de qualquer motorista estar nessa primeira viagem de um sistema aguardado a tanto tempo”, disse.

As linhas semiexpressas do BRT atenderão o tramo Sul e permitirão viagens mais rápidas, com uma velocidade média de 26 km/h, contra 22 km/h das linhas paradoras. Por exemplo, uma viagem entre o Terminal Veiga Jardim e o Terminal Paulo Garcia será 8 minutos mais rápida pela linha expressa NS2 em comparação com a NS1. A operação dessas linhas será otimizada para maior fluxo de passageiros, com retornos sem paradas no sentido de contrafluxo.

A frequência de serviço também será um diferencial. Nos horários de pico, os ônibus sairão do Terminal Veiga Jardim a cada 3 minutos, e a mesma frequência será mantida nos Terminais Cruzeiro e Isidória. No Terminal Paulo Garcia, a frequência será de 4 minutos, e no Terminal Recanto do Bosque, de 5 minutos. No Parque Atheneu, o intervalo será de 10 minutos. Esse planejamento visa atender à alta demanda de maneira rápida e eficiente, garantindo um ganho de tempo de viagem entre 30% e 40% em relação ao transporte convencional.

“Um sonho que a população aguardou por tanto tempo, mas que a prefeitura teve coragem de enfrentar todos os desafios e hoje isso se tornou realidade. O BRT só foi possível por uma decisão da Prefeitura de Goiânia. Foi ela que decidiu investir recursos, investir tempo e integração. Aqui foram mais de dez secretarias envolvidas para que tudo isso fosse para frente Quando você vai pro local onde você tem um segurança, um ambiente fechado, com portas automáticas isso realmente reflete o que a gente sempre prometeu”, afirmou o ex-presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) e consultor do BRT, Tarcísio Abreu.

Osvaldo Tiradentes, de 55 anos, trabalhou como motorista no sistema e decidiu acompanhar a primeira operação para estudar o novo BRT. “As plataformas em si estão um show de bola, mais modernas, mais seguras. Goiânia está de parabéns e o usuário também. Agora é o usuário cuidar para não estragar”, disse.

Tarifa
Os usuários que utilizarem o BRT Norte-Sul irão pagar o mesmo valor do transporte coletivo comum: R$ 4,30. A manutenção do preço da tarifa é possível graças a um consórcio em que a Prefeitura de Goiânia e o Governo de Goiás arcam, cada um, com  41,2% do total do subsídio. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia possui cota de 9.4% no rateio e o município de Senador Canedo desembolsa 4,81% do total de recursos. A Prefeitura investiu mais de R$ 246 milhões no subsídio do transporte coletivo de Goiânia e Região Metropolitana ao longo dos últimos 21 meses.