Documentos obtidos pelo Fantástico e veiculados em reportagem da TV Globo em 8 de setembro mostram que a Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões da empresa Balada Eventos, ligada ao cantor Gusttavo Lima. De acordo com as investigações da Polícia Civil, a empresa é suspeita de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais que foi alvo da operação Integration. Conforme mostrou o Fantástico, além do bloqueio financeiro, a Justiça também determinou o sequestro de todos os imóveis em nome da Balada Eventos.
Além disso, um avião que pertence à empresa do cantor foi apreendido durante a operação. A equipe do sertanejo alega que a aeronave foi vendida e não pertence mais ao grupo. A aeronave foi apreendida em 4 de setembro pela Polícia Civil de São Paulo, em apoio à polícia de Pernambuco. De acordo com a Polícia Civil, o avião, de prefixo PR-TEN, foi apreendido por policiais enquanto passava por manutenção no aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo. A polícia não informou qual seria a ligação da aeronave com o esquema, nem disse qual a relação do cantor com a investigação.
Ainda conforme a equipe do cantor, o contrato de compra e venda da aeronave foi "devidamente registrado junto ao RAB-ANAC para a empresa J.M.J Participações", diz a nota. A reportagem não conseguiu localizar a defesa da empresa J.M.J até a última atualização deste texto.
O POPULAR tentou contato com a assessoria e os advogados de Gusttavo Lima e da Balada Eventos, que não retornaram as mensagens e ligações até a última atualização desta matéria.
Na última nota enviada pela defesa de Gusttavo, à TV Globo, foi informado que a Balada Eventos "apenas vendeu um avião para uma das empresas investigadas" e que a operação de compra e venda "seguiu todas as normas legais", o que está sendo, segundo o advogado Cláudio Bessas, devidamente provado para a autoridade policial e poder Judiciário.
Na nota, o advogado ressalta que a Balada Eventos e Gusttavo Lima "não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro" e que a Balada Eventos é uma empresa que gerencia a carreira artística de Gusttavo Lima que "jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país". O advogado afirmou ainda que a empresa irá se manifestar nos autos do processo.
No mesmo dia, Gusttavo Lima usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso. Em seu pronunciamento, ele reforça que em 2023, a Balada Eventos efetuou a venda de uma aeronave para uma das empresas investigadas. "Nós entendemos que a Balada Eventos foi inserida no âmbito dessa operação simplesmente por ter transacionado comercialmente com essas empresas investigadas", disse.
O cantor afirma ainda que houve um excesso por parte das autoridades. "Poderia ter sido emitido uma intimação para que a Balada Eventos prestasse conta desses valores recebidos dessas empresas", afirmou.Por fim, Gusttavo Lima diz que se a justiça existir no Brasil, ela será feita. "São 25 anos dedicados à música, todos vocês sabem da minha luta para chegar até aqui. Abuso de poder e fake news eu não vou permitir. Sou honesto", completou.
Em 4 de setembro deste ano, a operação Integration prendeu a influenciadora Deolane Bezerra e a mãe dela, Solange Bezerra. De acordo com a Polícia Civil do Pernambuco (PC-PE), foram expedidos 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de Recife (PE), Goiânia (GO), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR) e Curitiba (PR). Além disso, também foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações.
Segundo a PC-PE, as investigações começaram com a apreensão de R$ 180 mil em dezembro de 2022, sendo que, desde então, a polícia vem ampliando o leque de informações e de dados coletados. A PC-PE detalhou que a ilegalidade da organização criminosa investigada está relacionada aos jogos não autorizados legalmente. Segundo os investigadores, a organização criminosa operava também no ramo de bets, que eram usadas, além de outras empresas, na lavagem de dinheiro.
A operação contou com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás, com 170 policiais envolvidos.
Com informaçõe do site O popular.com.br