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05/12/2024 às 11h37min - Atualizada em 03/12/2024 às 11h37min

Grupo mantém tradição da Folia de Reis em Aparecida de Goiânia

Manifestação religiosa é marcada pela cantoria, rezas, personagens e ainda muita fartura

A tradição centenária da Folia de Santo  Reis é mantida em Aparecida de Goiânia. O grupo “Folia Aparecidense” atua há mais de cem anos na cidade. Antes, a manifestação religiosa era realizada nas grandes fazendas da região. Hoje, moradores da Região Central , onde a cidade começou, mantém o costume  de celebrar a visita dos três reis magos feita a Jesus , após seu nascimento. 

Nesta edição, grupos de Cromínia , Hidrolândia , Piracanjuba e Goiânia se juntaram ao “Folia Aparecidense” para celebrar a Folia de Reis. Ao longo da programação, que começa nesta quinta-feira, 5, e termina em 8 de dezembro, mais de 30 foliões e mais de 100 participantes irão se juntar na celebração tradicional da Igreja Católica. 

Na manhã desta quinta,5, os foliões irão percorrer ruas da Região Central rumo à Região Leste da cidade. Ao longo do caminho, os fiéis cantam e rezam. A manifestação religiosa é marcada ainda pelos personagens mascarados e suas danças. 

Os foliões entram nas casas daquelas pessoas que aceitam “receber” a Bandeira de Santo Reis. O ato representa a benção dos Santos Reis para a família anfitriã. Tudo isso é coordenado pelo embaixador da folia. Entre outras coisas, ele determina o que cantar e também como irão proceder os demais membros. Nesta edição, Luziano Inácio , o Zanino, é quem vai liderar a folia. 
 
“A Folia de Reis é uma tradição da Igreja Católica. Em Aparecida, nós trabalhamos para manter e também estamos passando nossos conhecimentos para as novas gerações. É algo que representa muito da fé do povo. Antigamente, quando as folias eram feitas nas fazendas, era comum reunirmos mais de 200 pessoas. É algo muito bonito porque mistura fé, amizade , confraternização e muita fartura. Só conseguimos fazer tudo isso porque muitas pessoas nos ajudam”, aponta a presidente da Associação dos Catireiros de Aparecida, Nilmari Alves de Siqueira. 

Depois de caminhar bastante , o grupo de foliões vai chegar a uma chácara às margens da BR-153, no Distrito Agroindustrial de Aparecida. Lá, será realizado mais um momento de oração e posteriormente será servido um farto almoço oferecido pelo casal Nilda Simone e Jeferson Andreia. No cardápio, frango ao molho, arroz, tutu de feijão, salada, macarronada, refrigerante  e doces.

“A Folia de Reis reúne muito conhecimento popular e crença. Temos oportunidade de conhecer melhor nossa história porque as pessoas falam sobre o passado com muito saudosismo. Os almoços de folia são especiais porque resgatam os grandes banquetes que eram servidos quando a festa era realizada nas fazendas”, lembra a escritora e foliã , Nilda Simone. 


O grupo Folia Aparecidense recebe apoio da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, através das secretarias de Cultura e Educação. A organização é da Associação dos Catireiros de Aparecida. 

Folia de Reis 

 Dia de Reis, celebrado no dia 6 de janeiro, marca uma tradição centenária na cultura popular brasileira, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. 

Belchior, Gaspar e Baltazar, convertidos em santos pela Igreja Católica, teriam saído do Oriente se guiando por uma estrela e levavam três presentes: ouro, incenso e mirra, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Para os devotos, a data da chegada dos reis magos ao destino é quando se encerram os festejos natalinos, que começam quatro domingos antes do 25 de dezembro, dia atribuído ao nascimento de Jesus Cristo.

Dessa forma, o dia 6 de janeiro marca o momento em que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Neste dia, também são desarmados os presépios, as árvores e os demais enfeites natalinos.

De origem portuguesa, a Folia de Reis ou Reisado foi trazida para o Brasil durante o período colonial, se manifestando a partir de diversos títulos: Terno de Reis, Tiração de Reis, Rancho de Reis, Guerreiros e Reisado. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos.

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