Husam Abu Safiya, chefe do Hospital Kamal Adwan, disse ser “quase impossível” cumprir a ordem de retirada dos pacientes, já que não existem ambulâncias suficientes para o transporte.
Segundo Safiya, o hospital está “sob fortes bombardeios e ataques diretos aos tanques de combustível que, se forem atingidos, causarão grande explosão e mortes em massa dos civis nas instalações”.
Na sexta-feira (20), as forças israelenses disseram ter enviado combustível e comida para o hospital e ajudado a retirar mais de 100 pacientes e cuidadores, levando-os para outros hospitais de Gaza, em coordenação com a Cruz Vermelha. O Hospital Kamal Adwan é um dos poucos ainda em funcionamento no norte de Gaza, área que enfrenta há quase três meses uma intensa pressão militar israelense.
Segundo o chefe do hospital, Tel Aviv ordenou que os pacientes e funcionários retirados fossem levados para outro hospital que se encontra em condições ainda piores, superlotado e com camas espalhadas pelos corredores.
O Ministério da Saúde de Gaza alertou que os três principais hospitais do norte da região, entre os quais se encontra o Kamal Adwan, quase não funcionam e têm sido alvo de repetidos ataques desde que Israel enviou tanques para Beit Lahiya e para as cidades vizinhas de Beit Hanoun e Jabalia, em outubro.
Israel tem garantido que a operação nessas comunidades do norte da Faixa de Gaza tem como alvos militantes do Hamas. Os palestinos acusam, por sua vez, os militares de buscarem despovoar permanentemente a região para criar uma área tampão.
Na manhã desta segunda-feira surgiram relatos de bombardeios isralenses ao campo de refugiados de al-Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. Pelo menos quatro pessoas teriam morrido, de acordo com a Al Jazeera.
Segundo a publicação, as forças israelenses cercaram o local às primeiras horas da manhã, com quadricópteros (um tipo de helicóptero) e veículos armados.
“Dispararam de forma intermitente, utilizando os quadricópteros e artilharia pesada. Uma pessoa morreu no local”, apurou a Al Jazeera. “A grande maioria da população deslocada é constituída por civis - mulheres e crianças. São também eles que constituem a maioria das vítimas que chegam aos hospitais”, acrescenta.
O mais recente balanço das autoridades de Gaza indica mais de 45.200 palestinos mortos nos ataques feitos por Israel desde 7 de outubro do ano passado. O número de feridos supera já os 107 mil.
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